A descoberta da gravidez vem acompanhada de muita alegria por toda a família. Mas, ao mesmo tempo, os pais ficam ansiosos pelos exames que mostrarão não somente o sexo e a imagem do bebê como também o estado de saúde do seu filho.
É exatamente aí que entra a importância da realização do acompanhamento pré-natal. Exames realizados nesse período permitem a identificação de doenças durante a gestação, ou seja, antes do nascimento do bebê.
Diante disso, preparamos um artigo com as principais doenças que podem ser descobertas durante a gravidez e os respectivos exames responsáveis por essa identificação. Venha conferir!
Exames para detecção de doenças durante a gestação
Os exames realizados durante o período pré-natal são de fundamental importância para avaliar a saúde da gestante, do bebê e da gravidez em si.
Muitos desses exames são realizados única e exclusivamente com o intuito de pesquisar a possibilidade de a criança nascer com algum tipo de doença, que pode limitar as suas funções no dia a dia ou mesmo impossibilitar a sua sobrevivência pós-natal.
A realização desses exames é essencial, visto que eles têm capacidade de detectar até 80% das doenças que podem atingir a criança, sendo que algumas delas podem ser tratadas ainda durante a gravidez.
Quando não passíveis de tratamento, podem ser indicadas condutas a serem tomadas logo após o nascimento do bebê, possibilitando uma vida saudável para a criança.
Tipos de exames realizados
Entre os exames fundamentais para a identificação de doenças, podem ser citados os diversos tipos de ultrassonografias, tais como a obstétrica e a morfológica. Elas permitem identificar malformações, síndromes fetais e problemas genéticos.
Caso seja apontada a possibilidade de alguma doença, o médico solicita a condução de outros exames mais específicos e invasivos, tais como a biópsia de vilo corial ou a amniocentese.
A biópsia de vilo corial é um exame que pode ser realizado precocemente, entre 10 a 13 semanas, no qual se extrai material genético da placenta utilizando-se uma agulha para a identificação de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down. Já na amniocentese é extraído líquido amniótico a fim de pesquisar a existência de síndromes cromossômicas, problemas do tubo neural e doenças hereditárias que afetam o sangue. Ela pode ser realizada a partir de 15 semanas.
Além dos citados, existem também os exames de sangue, que são capazes de detectar infecções e outros tipos de doenças no bebê.
Doenças detectadas ainda na gravidez
Como já exposto, diversos tipos de doenças podem ser detectados durante a gestação. A seguir, trouxemos algumas das mais comumente triadas durante o período pré-natal. Confira!
Anencefalia
A anencefalia é um tipo de malformação que afeta o cérebro, podendo acontecer entre a 16ª e a 26ª semanas de gestação. Essa malformação é caracterizada pela ausência total do cérebro no crânio, sendo identificada pela realização do exame de ultrassom.
Infelizmente, não existe tratamento para a anencefalia, e a condição inviabiliza a sobrevivência do feto. Entretanto, a sua identificação é fundamental para evitar complicações para a gestante, como o acúmulo de líquido no útero e as hemorragias.
Ainda não se sabe quais são as causas para essa malformação, mas fatores genéticos e a deficiência de ácido fólico podem predispor a sua ocorrência.
Hidrocefalia fetal
Essa condição se caracteriza pelo acúmulo de líquido (líquido cefalorraquidiano) dentro da caixa craniana, levando a um inchaço e a um aumento da pressão no cérebro do feto. A hidrocefalia é uma das anomalias mais comuns e que pode ser detectada pela ultrassonografia, a partir da 16ª semana de gestação.
Ela pode ser causada por diferentes fatores, tais como a presença de outras malformações, de anomalias cromossômicas e de infecções. O prognóstico varia de acordo com as características de gravidade e de condição clínica do feto, podendo ou não deixar sequelas.
Além disso, o tratamento pode ser iniciado ainda durante a gestação. Nesse caso, pode ser feita uma cirurgia intra-útero, por meio da realização de punções do líquido ou a instalação de cateter, a fim de aliviar a pressão no cérebro.
Em outras situações, quando a gestação já se encontra a partir da 32ª semana, é possível fazer o adiantamento do parto para a realização da cirurgia.
Síndrome de Down
A síndrome de Down é uma condição causada pela existência de um cromossomo extra no par 21; por isso, também é chamada de trissomia do 21. Ela atinge cerca de 1 em cada 700 crianças no mundo.
Essa síndrome acarreta uma limitação intelectual e de desenvolvimento na criança. Diferentes fatores podem predispor a ocorrência dessa condição, sendo a idade da mulher no período gestacional um importante fator de risco.
Existem diversos testes disponíveis para a identificação da síndrome. O mais simples e menos invasivo é o ultrassom, com a medicação Translucência Nucal (TN) — mensuração do acúmulo de líquidos na nuca do feto, a qual é realizada entre a 11ª e 13ª semanas de gestação.
Podem ser requeridos outros tipos de exames mais invasivos para a confirmação, como a biopsia de vilo corial e a amniocentese, já citadas.
Doenças infecciosas
Algumas doenças infecciosas adquiridas pela gestante podem ser transmitidas para o feto e causar sequelas graves, devendo portanto ser identificadas precocemente a fim de evitar prejuízos para o bebê. Dentre essas doenças, podemos citar a Zica, Rubéola, Citomegaloviruse, Parvovirose, Varicela, HIV, Sífilis, Herpes, Toxoplasmose, Hepatite, entre outras. Na maioria das vezes essas doenças são assintomáticas na mãe e o diagnóstico deve ser feito através de exames de sangue. Em geral quanto mais cedo a infecção for adquirida maior a chance de sequelas para o bebê.
Toxoplasmose congênita
A Toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, o qual pode ser encontrado nas fezes de gatos e de outros animais felinos, sendo adquirida de várias formas como ingestão de carne mal passada, alimentos crus e água contaminada.
A transmissão para o bebê geralmente ocorre quando a mulher adquire a primeira infecção durante a gestação. O protozoário pode impactar o feto de diferentes formas, dependendo do período da gestação em que a doença ocorre.
Para a detecção da toxoplasmose, é feito o exame de triagem materna, a partir da verificação sorológica em amostras de sangue da gestante. O exame é realizado no primeiro trimestre e, posteriormente, repetido no segundo e no terceiro trimestres de gravidez.
Quando detectada, a toxoplasmose deve ser tratada com medicamentos, a fim de evitar complicações graves para o feto.
Hepatite B congênita
A hepatite B é uma doença infecciosa viral, causada pelo vírus da hepatite B (HBV). O momento da passagem da infecção da mãe para o filho ocorre principalmente durante o parto; por isso, é fundamental a realização dos exames de triagem.
Da mesma forma que a toxoplasmose, o diagnóstico é feito a partir de exames sorológicos, realizados em amostras de sangue da gestante.
Ficou claro que os exames pré-natais são fundamentais para a detecção de inúmeras doenças durante a gestação. A constatação dessas doenças pode evitar complicações para a mamãe e seus filhos ou habilitar o casal a lidar com algumas condições de saúde da criança após o nascimento.
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