Gravidez

Zika Vírus: o que você precisa saber sobre essa doença

Proteger a saúde das gestantes e dos bebês é a principal preocupação mundial com relação ao Zika Vírus, a doença causada por esse novo e temido vírus. Então, se você está grávida ou pensando em engravidar, este artigo vai tirar todas as suas dúvidas sobre a doença: desde a transmissão até os sintomas, quais os perigos para grávidas e bebês.

Confira e veja como mantê-la afastada da sua família:

O que é o Zika Vírus?

É uma doença viral, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo transmissor da dengue, da chikungunya e, eventualmente, da febre amarela.

Embora tenha se popularizado somente agora, o vírus Zika foi detectado em humanos em 1954, na Nigéria. No Brasil, os primeiros casos registrados ocorreram em 2015, no nordeste, mas rapidamente se espalhou pelo país.

Como ele é transmitido?

Após a picada da fêmea do mosquito contaminado — apenas fêmeas transmitem o vírus —, os sintomas começam a aparecer entre 3 a 12 dias.

Embora o mosquito seja o principal transmissor do Zika, foram relatados casos raros, ainda não muito bem estudados, da possibilidade de transmissão do vírus por fluidos corporais como sêmen, saliva, transfusão de sangue e leite materno.

Quais são os sintomas da doença?

Os principais sintomas são febre que demora para passar, manchas avermelhadas na pele, dor intensa nas articulações e nos músculos, coceira e conjuntivite. Geralmente, os sintomas desaparecem em 3 a 7 dias.

Como é feito o diagnóstico?

Quando os sintomas começarem, significa apenas uma suspeita da doença. O diagnóstico é feito por exame de sangue que detecta partículas do vírus. Mas para identificar bem no início, pode ser usada uma técnica chamada RT-PCR, que, por enquanto, só está disponível em alguns laboratórios.

Um teste recém-criado, chamado KIT NAT diagnosticará dengue, zika e chikungunya ao mesmo tempo e já foi aprovado para substituir o RT-PCR, mas ainda não está sendo usado. Exames para encontrar os anticorpos contra o Zika no sangue ainda estão sendo testados.

E se eu estiver grávida? Quais os riscos para mim e meu bebê?

Como a doença é muito recente, ainda não são conhecidas todas as possíveis complicações que o vírus pode causar. As mais prováveis são:

Síndrome Congênita do Zika Vírus (envolve a microcefalia)

Os casos de Microcefalia estão sendo relacionados ao Zika Vírus. Porém, atualmente tal condição ganhou um sentido mais amplo envolvendo mais duas ocorrências: ainda em estudo, sem relação comprovada cientificamente até o momento: a Artrogripose — retração da musculatura e articulações —, e a Ventriculomegalia grave — a cabeça do bebê tem tamanho normal, mas acumula muito líquido no cérebro (atrofia cerebral).

O grande problema neste último caso é que o tamanho do cérebro da criança será normal, mas apenas por causa do excesso de líquido. Assim, a identificação no primeiro trimestre da gravidez de que o cérebro do bebê não é menor, não é garantia de que a criança de uma gestante contaminada com o zika nascerá saudável. A recomendação é acompanhar a gravidez de perto e examinar o recém-nascido.

A “Síndrome Congênita do Zika Vírus” é o conjunto de danos neurológicos causados pela doença, incluindo: Microcefalia, Artrogripose e Ventriculomegalia grave. Alguns recém-nascidos com a síndrome apresentam danos graves. Sendo o Zika confirmado, o controle do desenvolvimento do bebê e do crescimento da cabeça será feito por ultrassom. A malformação encontrada será tratada após o nascimento.

É importante saber, mamãe, que nem toda grávida com Zika terá um bebê com malformação, incluindo a que se dá pelo tamanho da cabeça ser menor ou igual a 32 cm de diâmetro.

Síndrome de Guillan-Barré

Essa doença autoimune (quando o sistema imunológico da pessoa ataca o sistema nervoso julgando se tratar de um invasor) causa inflamação nos nervos e fraqueza muscular, e apresenta sintomas entre 1 a 4 semanas após a pessoa com zika começar a sentir dores, fraqueza e/ou formigamento nas pernas e pés.

Ainda estão sendo feito estudos para saber se e como a síndrome afeta a gestante e seus bebês, mas sabe-se que a anestesia para o parto de mães com a síndrome deve ser cuidadosamente escolhida.

Estou com Zika Vírus. Posso amamentar?

Como tudo ainda é muito novo sobre esse vírus, não há certeza absoluta quanto à prática da amamentação. Entretanto, a maioria dos médicos acredita que a mamãe deva amamentar normalmente seu bebê mesmo estando com Zika, pois o leite contém anticorpos que combatem o vírus.

Na dúvida, pergunte a opinião do pediatra, principalmente se você foi infectada após o nascimento da criança, ou seja, se o bebê não foi contaminado com o vírus enquanto ainda estava na barriga.

Como é o tratamento?

O tratamento visa aliviar os sintomas da doença, pois é o organismo que combaterá o vírus. Para a febre e dor, podem ser usados medicamentos antitérmicos — mas são contra-indicados os remédios com ácido acetilsalicílico (aspirina).

Os medicamentos com ibuprofeno, diclofenaco e piroxicam podem aumentar riscos de sangramentos devendo, portanto ser evitados; O paracetamol está indicado para tratar os sintomas dessas viroses mas sempre com recomendação médica pois o uso abusivo dessa medicação pode levar a problemas no fígado. não deve ser usado por quem tem problemas no fígado (leia o rótulo do medicamento para saber se tal substância está presente).

Geralmente, o médico prescreve dipirona, mas sob nenhuma circunstância você deve se automedicar! Gestantes só devem usar remédios recomendados pelo profissional de saúde que a acompanha.

Como me prevenir?

Para entender a prevenção, entenda o desenvolvimento do mosquito: a fêmea deposita os ovos contaminados com o vírus em qualquer lugar onde haja água, preferencialmente limpa — mas nas sujas também. As larvas saem dos ovos e vivem na água por aproximadamente 7 dias, quando se transformam em mosquitos adultos e aptos a picar as pessoas. O Aedes Aegypti vive cerca de 45 dias.

Agora que já sabemos como ele se reproduz e seu tempo de vida, ficará mais fácil entender como se prevenir da doença.

Não deixe que o mosquito se reproduza

Faça todas as medidas necessárias para evitar o acúmulo de água em locais onde o mosquito tiver acesso. Até uma simples tampinha de refrigerante pode conter larvas.

Vasos devem ser mantidos sem pratinhos ou com areia até a borda, impedindo que larvas se desenvolvam. Ao jogar o lixo fora, mantenha-o bem fechado para a água da chuva não entrar o que atrairá a fêmea ansiosa para botar seus ovos.

As tampas de caixas d’água devem ser íntegras e estar sempre no lugar correto: tampando o reservatório. As calhas também devem ser limpas regularmente. Em casas com piscina, faça manutenções semanais, mas se a piscina for na casa da praia, deixe-a coberta com lona quando a casa estiver desocupada. E lave a vasilha de água do seu bicho de estimação frequentemente.

Use repelentes nas áreas expostas

Para uma prevenção eficiente, use apenas os repelentes industrializados, pois os caseiros só servem como uma ajuda para afastar os mosquitos — e estando grávida, é melhor não arriscar.

As gestantes devem usar produtos recomendados para elas, devendo preferir os com a substância icaridina. Nas crianças, use o repelente indicado pelo pediatra, e bebês só apenas com ordem explícita do médico. Use roupinhas que cubram todo o corpo do seu filho e em cores claras, e, no calor, use tecidos leves.

Agora que você já sabe tudo sobre o Zika Vírus, seja solidária compartilhando este artigo nas redes sociais. Ajude suas amigas com dúvidas sobre a doença e vamos juntas combater esse mal!

Categorias: Gravidez , Saúde na gravidez

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    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

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