Gravidez

13 cuidados para evitar contrair zika vírus na gravidez

Contrair o zika vírus na gravidez é o temor de todas as gestantes e das mulheres que estão pensando em engravidar atualmente no Brasil. E a razão é óbvia: o vírus pode causar problemas nas mamães e, muito pior, nos bebês também.

No meio médico e científico, o que se sabe até agora é que a Síndrome Congênita do Zika Vírus pode trazer malformações à criança.

Se você está esperando um bebê ou pretendendo engravidar em breve, descubra agora alguns cuidados que deve ter para evitar contrair o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti — o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a febre amarela.

Sintomas do zika vírus (ou febre zika)

Embora a maioria dos casos da febre zika não apresente sintomas, é importante conhecê-los para ficar alerta:

  • Febre de média a alta;
  • Manchas avermelhadas na pele;
  • Dor muscular e abdominal;
  • Dores articulares, principalmente das mãos e pés;
  • Dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite leve);
  • Diarreia;
  • Pequenas feridas na boca.

Não deixe o mosquito se reproduzir

A partir do momento em que a fêmea bota seus ovos, leva 7 dias para que o mosquito se desenvolva e fique adulto, e as fêmeas estão aptas a picar pelos próximos 45 dias, tempo em que ela vive.

As dicas abaixo vão ajudar na tarefa de evitar a reprodução e sobrevivência do mosquito. Anote aí:

Evite acúmulo de água

Semanalmente, faça uma checagem por toda a casa para encontrar e eliminar qualquer foco de água parada e oriente toda a sua família (e seus vizinhos) a fazerem o mesmo — use o fato de estar grávida para convencê-los. Lembre-se de tomar todas as medidas dentro de casa também.

A água pode se acumular em:

  • Tampas de garrafa;
  • Garrafas PET ou de vidro, copos, regadores de plantas e qualquer outro vasilhame;
  • Pneus velhos;
  • Lixo;
  • Piscinas;
  • Aquários;
  • Bueiros;
  • Ralos;
  • Poças geradas por desnível do piso;
  • Pratos de vasos (elimine-os ou coloque areia até as bordas);
  • Reservatório de água da geladeira;
  • Caixas d’água (feche as tampas);
  • Pratinhos de água do seu cão/gato (lave com frequência);
  • Calhas (lave-as com frequência);
  • Vaso sanitário em desuso (mantenha a tampa abaixada ou improvise uma tampa caso não haja uma);
  • Vários outros objetos que podem acumular água.

Use repelentes

As mamães não podem esquecer de passar repelente em todas as áreas expostas, principalmente nas pernas e pés, pois o mosquito geralmente voa baixo. O repelente não funciona o dia todo, então, aplique-o três vezes durante o dia.

Se for sensível ao cheiro, passe o repelente em locais abertos. Use produtos à base de icaridina ou DEET, substâncias que não fazem mal às gestantes.

Invista em repelentes caseiros

Os repelentes caseiros não substituem os industrializados, mas oferecem ajuda para afastar o mosquito. Espalhe-os pelos cômodos e também no interior do carro. Os mosquitos não gostam do cheiro das velas (e incensos) de citronela, por exemplo. No carro, você pode usar sachês com cheiro de citronela ou borrifar água com o mesmo aroma.

Use roupas claras e que cubram o corpo

Use roupas que cubram boa parte do corpo, prefira cores claras para amenizar o calor e também para afastar o mosquito, que é atraído por roupas escuras.

Perfume-se!

O mosquito não suporta cheiro de perfume e adora os odores corporais. Então, sempre use desodorante (se for o caso, até os corporais e para os pés).

Use telas em janelas

Uma forma de evitar que o mosquito entre em casa é colocar telas nas janelas (e em alguns tipos de portas também). Isso deixará sua casa ventilada e sem mosquitos.

Mantenha as portas e janelas fechadas

Se sua casa não tem telas e, por várias razões, você não pode instalá-las no momento, o jeito é evitar deixar portas e janelas abertas para os mosquitos não entrarem em casa. Lembre-se de que diferentemente do pernilongo comum, o Aedes aegypti tem hábitos diurnos e noturnos, ou seja, aquela regra de fechar as janelas após as 17 h não vale para o transmissor da zika.

Use véus para camas

Se você mora em regiões endêmicas (com muitos casos de zika, dengue e chikungunya), uma dica para dormir mais tranquila é comprar véus para camas para impedir que o mosquito te pique enquanto dorme ou descansa.

Estimule a vizinhança

De nada adianta tomar todos os cuidados necessários se seu vizinho não fizer o mesmo. Um mosquito que nasceu lá pode vir para sua casa e picar você.

Converse com seus vizinhos a respeito disso. Sensibilize os mais rabugentos dizendo que está grávida. Se não tiver coragem de falar com a vizinhança (por razões próprias), coloque dicas de como evitar a aproximação dos mosquitos nas caixas de correio da rua — que tal imprimir esse texto?

Conhecendo outras formas possíveis de contágio

Até o término desse artigo, há pelo menos um registro confirmado de contágio por relação sexual, ou seja, uma pessoa foi picada e contagiou a parceira por meio do sêmen com o vírus. Se seu parceiro estiver com zika vírus ou esteve em regiões com casos de zika, usem preservativo. Lembre-se de que a doença pode não apresentar sintomas, portanto, ele pode estar com zika sem saber.

Estudos analisam também a possibilidade de contágio por saliva, transfusão de sangue e leite materno. Embora nesse último caso não haja consenso entre os médicos, acredita-se que o leite materno ajude o bebê a ficar livre do vírus por conter anticorpos.

Evite aglomerações

Para que o mosquito aloje o vírus em seu corpo, ele precisa picar uma pessoa que esteja com a febre zika. A partir daí, ao picar outra pessoa, o vírus é transmitido. Dessa forma, quando estiver em áreas com muita gente (festas, transportes públicos, escolas, chácaras, sítios, etc.) é possível que o mosquito pique alguém doente e depois pique você.

Evite engravidar, se possível

Se você ainda está planejando engravidar, os médicos e cientistas recomendam: não engravide agora! Apesar da ansiedade de ter um filho, e como tudo o que se sabe sobre essa doença é muito recente, o melhor é se prevenir. E uma das formas é esperar para engravidar.

Obviamente, pode-se considerar exceções para pessoas com a idade praticamente limite para encarar uma gestação, principalmente para quem faz tratamento para engravidar, já que vocês (mamãe e papai) correm contra o tempo para gerar um bebê. Nesse caso, previna-se para não se contaminar.

Síndrome Congênita do Zika Vírus

A síndrome engloba as condições:

  • Microcefalia: quando a circunferência da cabeça do bebê é menor que 32 cm.
  • Artrogripose: retração da musculatura e articulações.
  • Ventriculomegalia grave: quando a cabeça do bebê tem tamanho normal, mas acumula muito líquido no cérebro.
  • Hidropsia fetal: condição grave em que quantidades anormais de líquido são acumuladas em áreas do corpo do bebê.

Os seis eixos-chave de ação contra zika

Segundo pesquisadores brasileiros, o êxito no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti necessita de um plano de ação nacional de base científica.

Os eixos são: aumentar o conhecimento sobre a infecção; criar um sistema de teste rápido e confiável; controlar a infestação pelo Aedes aegypti; definir protocolos de tratamento; iniciar o trabalho de base para desenvolver vacinas e também reprogramar o sistema atual de saúde.

A “impressão digital” do vírus

O Laboratório Nacional de Biociência, em Campinas, encontrou o que está sendo apelidado de “impressão digital” (estrutura molecular) do vírus da zika, que ajudará a desenvolver medicamentos contra a doença. Esses estudos fazem parte da força-tarefa nacional contra o Aedes aegypti.

Como em muitas doenças virais, não há tratamento para combater o vírus da zika. Deve-se combater febre e dor, hidratar-se e manter o sistema imunológico saudável com alimentação correta, evitando cigarro e bebidas alcoólicas. Quem combate o vírus é nosso organismo.

Esperamos que esse artigo sobre zika vírus na gravidez tenha sido esclarecedor! Ainda tem dúvidas? Teve alguma experiência com a febre zika? Compartilhe conosco suas perguntas e experiências!

Categorias: Gravidez , Saúde na gravidez

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    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

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