Células-Tronco

Células-tronco do cordão umbilical: quais doenças podem ser tratadas?

A decisão de armazenar ou não células do cordão é bem importante. Guardá-las significa aproveitar uma oportunidade de poder oferecer mais opções terapêuticas no futuro. Estima-se que, ao longo da vida, cada pessoa tenha uma probabilidade de 1 em 217 de precisar de um transplante de medula óssea (da própria pessoa ou de um doador) em algum momento, uma chance muito maior do que se imagina.

Desde 1988, mais de 40 mil transplantes de células-tronco do sangue do cordão umbilical foram realizados no mundo.

Mas, afinal, que doenças são essas que já foram tratadas com o auxílio das células-tronco do sangue do cordão?

A lista completa abrange mais de 80 doenças, incluindo leucemias, falências medulares e outras doenças hematológicas. Além dessas, várias outras se encontram em estudos avançados.

Vamos descrever algumas dessas doenças que podem ser tratadas com células-tronco para você no post de hoje. Confira!

Doenças que podem ser tratadas com células-tronco

Leucemias

Leucemia é um termo genérico utilizado para descrever o “câncer” dos leucócitos, os glóbulos brancos do sangue. Essas doenças geram uma série de sintomas como cansaço, sangramentos e vulnerabilidade a infecções e podem ter uma evolução aguda e muito grave. Mas, felizmente, a maioria delas responde bem aos tratamentos disponíveis.

Leucemia aguda indiferenciada, leucemia aguda promielocítica, leucemia bifenotípica, leucemia linfoide, leucemia mieloide e leucemia mielomonocítica já foram tratadas com células-tronco do sangue do cordão umbilical. De um modo geral, as leucemias agudas são inicialmente tratadas com quimioterapia e aqueles pacientes que não respondem a esse tratamento ou que apresentam sinais de alto risco desde o diagnóstico são, posteriormente, submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas.

Assista ao vídeo a seguir e saiba um pouco mais sobre as doenças que podem ser tratadas com células-tronco do cordão umbilical, além daquelas que estão em estudo:

Talassemias

São anemias hereditárias comuns entre famílias descendentes de italianos ou de outros países mediterrâneos. O mais comum é a apresentação de uma forma leve da doença de evolução benigna. Entretanto, em alguns casos, o quadro clínico é grave e, como trata-se de um defeito genético que interfere na produção dos glóbulos vermelhos, pode ser tratado com o transplante de medula óssea.

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Neuroblastoma

Neuroblastoma é um dos cânceres mais comuns na infância, sendo a quarta doença maligna mais comum até os 14 anos (atrás apenas das leucemias, tumores do sistema nervoso central e dos linfomas). Trata-se de um tumor pouco diferenciado, com células originadas de estruturas embrionárias, sendo responsável por 10% da mortalidade por câncer em crianças. Um dos possíveis tratamentos é a radioterapia de todo o corpo da criança, o que leva à destruição da medula óssea como efeito colateral.

Para repor essas células, e portanto, tornar possível esse tratamento, pode ser realizado o transplante de células-tronco hematopoéticas que poderá utilizar como fonte de células a medula óssea ou o cordão umbilical da própria criança.

Imunodeficiências primárias

São doenças genéticas raras, mas que afetam gravemente a vida do indivíduo, já que prejudicam a defesa do corpo contra micro-organismos. Nesses casos, até um simples resfriado pode trazer graves complicações. Algumas dessas imunodeficiências, como a Síndrome de DiGeorge, a Síndrome de Griscelli, a Síndrome de Wiskott-Aldrich, a Imunodeficiência Combinada Grave, a Síndrome de Chediak-Higashi e a Neutropenia Congênita Grave, entre outras, já foram tratadas com o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas.

Anemia sideroblástica

As anemias sideroblásticas se caracterizam por um erro na incorporação do ferro às hemácias devido a doenças na medula óssea. O quadro pode ser congênito, desde o nascimento, ou adquirido durante a vida adulta. Os sintomas são variados, como cansaço, dificuldade respiratória, fraqueza muscular e crescimento vagaroso nas crianças.

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Doenças metabólicas

Caracterizadas por deficiências enzimáticas, as doenças metabólicas costumam ter um caráter degenerativo e progressivo à medida que substâncias se acumulam pelos tecidos do corpo. Mucopolissacaridoses, Doença de Tay-Sachs, Doença de Wolman, fucosidase e Doença de Austin são alguns exemplos de doenças metabólicas. Embora não haja um tratamento específico que promova a cura, o transplante de medula parece aliviar a evolução da doença.

Anemia falciforme

Dores crônicas pelo corpo, anemia, infecções, crescimento abaixo do normal, complicações oculares e cardíacas, além de úlceras de pele acometem o indivíduo com anemia falciforme, uma doença comum na população negra e miscigenada do Brasil e potencialmente grave. Embora seja possível controlar a doença com medicamentos como a Hidroxiuréia e modificações dos hábitos de vida, o transplante alogênico de medula óssea oferece a única chance de cura para esta doença, atualmente.

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Novos tratamentos com células-tronco

Além dessas doenças acima relacionadas, a utilização das células-tronco do sangue do cordão umbilical também vem sendo intensamente estudada no tratamento de outra patologias como paralisia cerebral, doença de Crohn, diabetes tipo 1, autismo, lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla, infarto do miocárdio e de muitas outras doenças.

A decisão sobre a modalidade de transplante (Autólogo – onde são utilizadas as células do próprio indivíduo ou Alogênico – onde são utilizadas as células de um doador compatível) que será utilizada no tratamento ficará sempre a critério do médico transplantador que leva em consideração as características de cada doença, as condições clínicas do paciente e a disponibilidade de doador HLA compatível.

Para algumas doenças, o transplante de células-troco hematopoéticas é, atualmente, a única modalidade que pode oferecer chances de cura. As células utilizadas nesse procedimento poderão ser retiradas da medula óssea ou do sangue do cordão. Para outras doenças, o transplante de células-tronco não seria a primeira opção terapêutica, ficando reservado para situações nas quais outras terapias não obtiveram sucesso.

Confira a lista completa de doenças do sangue (e do tecido) que já podem ser tratadas com células-tronco e as em estudo e entre em contato com a nossa equipe para tirar quaisquer dúvidas que você tiver sobre o armazenamento de células-tronco!

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    Dra. Roberta Pasianotto Costa Trofo

    Dra. Roberta Pasianotto Costa Trofo

    (CRM 98.256/SP)
    Graduação em Medicina - Faculdade de Medicina de Jundiaí, 1999;
    Residência Médica em Clínica Médica e Patologia Clínica/Medicina Laboratorial na Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP;
    Especialização em Hematologia e Hemoterapia na Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP;
    Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial - SBPC.

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