Os pais estão sempre preocupados com a saúde de seus filhos, especialmente quando eles ainda são bebês e demandam cuidados especiais. Com um organismo em formação e um sistema imunológico imaturo, as crianças pequenas são muito mais sensíveis e qualquer alteração de ambiente ou alimento pode desencadear reações alérgicas. Esses quadros podem iniciar com uma pequena coceira ou coriza, mas podem evoluir para sintomas mais preocupantes, como a obstrução respiratória.
Os quadros alérgicos são muito comuns em bebês, incomodando bastante os pequenos e tornando os dias e noites dos pais bem mais longos do que se gostaria. Neste texto trazemos algumas informações sobre as causas e sintomas das alergias e como agir para preveni-las e tratá-las. Confira!
Quais são as causas mais comuns de alergia?
As alergias podem ser desencadeadas por fatores ambientais, substâncias químicas, alimentos, resposta autoimune do organismo, entre outros.
Um dos maiores causadores de alergias em crianças e adultos é o ácaro — um minúsculo organismo que pode ser encontrado dentro das casas em carpetes, colchões, cortinas, almofadas e bichos de pelúcia. Outros fatores ambientais causadores de alergias são o pólen de flores, a poeira, os pelos de animais, o mofo e a umidade, que podem irritar o sistema respiratório quando inalados, favorecendo as respostas alérgicas.
Produtos feitos com borracha, níquel e lã podem ser altamente alérgicos para os pequenos. Assim como os produtos de higiene e limpeza, como xampus, sabonetes e sabão em pó, que nos recém-nascidos costumam causar irritação na pele.
Embora menos comuns, as alergias alimentares também são preocupantes nos bebês. A alergia à proteína do leite de vaca, pode aparecer bem cedo, principalmente quando o bebê precisa complementar a alimentação com fórmulas prontas. Se o bebê mantém o aleitamento exclusivo até os seis meses, como recomendado pelo Ministério da Saúde, as alergias alimentares aparecem mais tarde, quando a criança inicia a alimentação complementar. Entre as comidas, aquelas que mais costumam causar alergia nos bebês são o leite de vaca, a clara do ovo, a soja, o trigo, o amendoim, as castanhas, os peixes e os frutos do mar. No caso do trigo, a alergia pode ser ao glúten ou à própia proteína do grão.
Fique atento a qualquer sinal de alergia, como coceira, vermelhidão, tosse e inchaço nos olhos e boca e preste atenção pois as fontes desencadeadoras de alergia podem ser as mais diversas e é preciso eliminá-las o quanto antes para evitar agravamentos.
Como evitar as reações alérgicas?
Para cada causa de alergia será necessário tomar medidas específicas para evitar ou minimizar seus efeitos. Listamos abaixo as medidas mais gerais para cada tipo.
Alergias a fatores ambientes
Quando a alergia é desencadeada por fatores ambientais, como poeira e ácaro, por exemplo, o primeiro passo é manter os ambientes frequentados pelo bebê bem limpos e arejados. As janelas devem ficar abertas a maior parte do dia para ajudar na renovação do ar e ventilação. Evite colocar no quarto do bebê objetos de decoração que acumulem poeira e favoreçam o desenvolvimento de ácaros, como carpetes felpudos e bichos de pelúcia. As roupas de cama devem ser trocadas semanalmente. Os cortinados, protetores de berço e mosquiteiro, quando houver, precisam ser lavados com regularidade. Evite deixar os bichos de pelúcia no berço, muito próximos ao rostinho do bebê.
Se você perceber que a alergia piora na primavera ou quando seu filho está ao ar livre, pode ser culpa do pólen. Nesse caso, o ideal é não deixá-lo muito exposto ao vento e dar banhos frequentes. No caso de haver mais reações quando o animal de estimação estiver por perto, é uma boa pedida afastá-lo um pouco do bebê.
Algumas crianças desenvolvem alergias a alguns tipos de materiais utilizados na confecção de roupas, em especial a lã. Por isso, é recomendado que ao fazer o enxoval você opte por peças de algodão para as roupinhas e tecidos antialérgicos para as mantas.
Alergia alimentar
A melhor forma de evitar a alergia alimentar é manter a amamentação exclusiva o maior tempo possível. O leite materno, transfere para o organismo dos pequenos anticorpos já produzidos pela mãe, reduzindo os riscos de infecções e reações alérgicas.
Outro dado importante quando falamos de alergia alimentar é que introduzir alimentos e leites artificiais muito cedo, quando o sistema imunológico da criança ainda não está maduro, pode ser um fator desencadeante de alergias que podem acompanhar seu filho por toda a vida.
No caso de o bebê desenvolver a alergia alimentar é necessário identificar rapidamente a causa, pois será necessário um acompanhamento nutricional para evitar os sintomas e riscos à saúde. Em alguns casos, com o tratamento adequado, é possível reverter o quadro ou ao menos minimizar seus efeitos, dando mais qualidade de vida para a criança.
Alergia alimentar durante a amamentação
Alguns bebês podem desenvolver alergia à proteína do leite de vaca mesmo quando estão no período exclusivo de aleitamento materno. Nesses casos, a recomendação é que a mãe suspenda de sua dieta o leite de vaca e seus derivados e o substitua por outras fontes de cálcio, como tofu, feijão, leite de soja, leite de castanha, etc. Assim, o bebê pode continuar a amamentar normalmente. Caso a mãe não consiga aderir a essa dieta de exclusão o aleitamento materno deve ser suspenso.
Mas é bom frisar que a suspensão do leite de vaca da dieta materna só é necessária se o bebê apresentar um alto risco de desenvolvimento de alergia à proteína do leite ou tiver manifestado algum quadro alérgico. Nesses casos, o pediatra também pode recomendar a suspensão do consumo materno de alguns outros alimentos com grande potencial alergênico como nozes, amendoins e frutos do mar, especialmente se um dos pais tiver alergia a esses alimentos.
Alergias aos produtos de higiene e limpeza
Os recém-nascidos tem a pele muito fininha e sensível. Por isso, nos primeiros meses, a melhor forma de evitar reações alérgicas por produtos de limpeza é lavar as roupas, tanto de vestir quanto de cama e banho, com sabão neutro ou sabão de coco, líquido ou em barra. Não se deve usar amaciantes ou alvejantes pois eles deixam resíduos nos tecidos que podem irritar a pele da criança.
Em relação aos produtos usados no banho o ideal é optar apenas pelos sabonetes neutros, deixando de lado os xampus e condicionadores, pelo menos nas primeiras semanas de vida do recém-nascido. Os produtos neutros não têm aditivos como corantes e perfumes, por isso, são menos agressivos à pele do bebê. No entanto, se você desejar usar os xampus e condicionadores, observe se eles não causam nenhuma irritação. Se a pele ficar vermelhinha, suspenda o uso imediatamente.
É comum a pele dos recém-nascidos descamar nos primeiros dias de vida, porém não é preciso usar hidratantes. Deixe para usá-los quando eles estiverem maiores, por volta dos quatro meses. Os lenços umedecidos devem ser evitados nos primeiros meses, sendo reservados apenas para as trocas de fraldas fora de casa, pois mesmo sendo específicos para o uso em bebês, contém álcool que também pode causar irritação. O melhor é usar algodão e água morna para limpar o bumbum do recém-nascido, guardando os lenços para mais tarde e para os passeios. No caso dos óleos de massagem, procure aqueles naturais e deixe para usá-los após o primeiro mês de vida.
Quais são os sintomas de alergias no bebê?
Os sintomas das reações alérgicas também podem variar de acordo com o agente causador e o local onde se manifesta. Veja os sintomas mais comuns para cada caso:
Alergia na pele
Geralmente causam manchas vermelhas e pequenos calombos, por vezes muito parecidas com assaduras. A pele fica seca e escamosa e também pode dar coceira, o que deixa o bebê bastante irritado, já que ele ainda não sabe se coçar. Em alguns casos também podem aparecer bolhas.
Alergia alimentar
A alergia alimentar pode se manifestar na pele do bebê por meio de manchas avermelhadas e inchadas espalhadas por todo o corpo — como uma urticária. Sintomas digestivos como vômitos, diarreias e excesso de gases também podem indicar reação alérgica a alimentos. Em casos mais graves, pode haver dificuldades respiratórias.
Alergias ambientais
Os sintomas de alergias causadas por agentes ambientais como poeira, pólen e pelos de animais, geralmente se manifestam com sintomas no sistema respiratório do bebê, com coriza, espirros, congestionamento nasal, rinites e laringites. Coceira nos olhos e ouvidos também são comuns nesses quadros.
Como agir em caso de reações alérgicas?
As reações tendem a ser leves na maioria dos casos, mas como a saúde do bebê é muito delicada, é importante ter toda a atenção. Se os quadros alérgicos forem persistentes, e você não conseguir identificar a causa, será necessário um acompanhamento com um alergista, que poderá fazer testes específicos para identificar os fatores desencadeantes.
Em boa parte dos casos, suspender o uso do produto ou alimento que causou a alergia é suficiente. Em outros casos, no entanto, pode ser preciso usar medicamentos antialérgicos e corticoides para tratar e controlar os sintomas. Mas atenção! Apenas o pediatra pode receitar essas medicações, pois é preciso que a dosagem esteja correta para que o remédio não vire veneno. Jamais dê ao seu filho qualquer remédio sem indicação médica, eles podem ser muito perigosos para a saúde do seu bebê.
Quando é necessário ir à emergência?
Algumas reações alérgicas podem ser tão severas que colocam a vida da criança em risco. Por isso, se você perceber sinais de maior gravidade, como inchaço de olhos e boca, placas avermelhadas gigantes e dificuldades respiratórias, é hora de buscar ajuda o mais rápido possível em um hospital ou serviço de emergência.
As alergias podem ser evitadas, ou ao menos amenizadas na maioria dos casos. Basta tomar os cuidados e as atitudes certas para evitar expor o bebê aos agentes alérgicos. Em casos mais graves o seu pediatra de confiança pode indicar o caminho. De qualquer forma, olhos atentos sempre são bem-vindos para que a saúde do seu bebê esteja sempre em dia!
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Categorias: Criança
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