A gravidez é um momento mágico para a maioria das mulheres. Ela envolve uma miscelânea de sentimentos que se misturam uns aos outros: emoção, alegria, apreensão, angústia e uma felicidade sem fim. Cada mês de desenvolvimento da gestação é marcado por novas descobertas desse universo encantador e, como nem todo são flores, também pelos desafios que vão surgindo dia após dia para a mamãe.
Nos últimos dias de gravidez, o panorama não é diferente. Pelo contrário, o corpo começa a dar sinais da proximidade do parto, a barriga está ainda maior e os desconfortos costumam deixar a gestante sem lugar. Somado a isso, a ansiedade fica a mil, pois a mulher já não aguenta a vontade de conhecer o rosto do seu filhote e segurá-lo no colo.
Diante do exposto, é essencial que mamãe tome alguns cuidados nessa reta final — que é tão importante para a segurança do bebê quanto os outros meses de gestação — a fim de conseguir mais conforto nos últimos dias de gravidez e maior tranquilidade no parto.
Pensando nisso, listamos algumas dicas indispensáveis para toda gestante em fase final de gestação. Confira logo abaixo e tire as suas dúvidas!
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Cuidados na reta final da gravidez
A gestação e a rotina de trabalho
Uma das dúvidas que rodeiam as preocupações das gestantes é em relação a sua rotina de trabalho nas últimas semanas desse período. Entretanto, não existe uma regra quanto ao exato momento de parar de trabalhar, já que cada mulher tem uma disposição diferente no final da gravidez. Enquanto algumas se sentem confortáveis outras ficam mais indispostas, cansadas e irritadas ou, inclusive, apresentam algum tipo de complicação clínica nessa fase.
As gestantes também têm diferentes estilos de atividades no seu trabalho, que pode ser leve ou demandar maior esforço físico, como ter que ficar de pé o dia todo, subir escadas ou ficar sentada em uma cadeira não ergométrica, que sobrecarrega ainda mais as suas costas.
Por esses motivos, a escolha do melhor período para o início da licença maternidade deve ser feita em conjunto com seu médico, o qual fará uma avaliação das suas condições clínicas, físicas e emocionais e, assim, um balanço entre os riscos e os benefícios de se continuar trabalhando até o os últimos dias da gravidez.
Após as recomendações dele, a decisão entre parar ou não de trabalhar se torna pessoal, cabendo a você optar por continuar executando as suas funções profissionais. Mas caso escolha não parar com a sua rotina, passe a ter uma atenção redobrada com os riscos do seu ambiente de trabalho, como as escadas ou os utensílios que podem causar quedas.
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Atenção aos alimentos consumidos
Mulheres que tiveram uma gestação saudável e sem problemas relacionados com o sobrepeso, o diabetes ou a elevação da pressão arterial, geralmente, não têm restrições alimentares nesse período final da gravidez.
Entretanto, por cauda do grande volume abdominal, a gestante pode passar a experimentar desconfortos gástricos — azia, gases ou prisão de ventre — ao ingerir certos tipos de alimentos, principalmente os que são de digestão mais lenta, como aqueles ricos em proteínas ou com grande teor de gorduras, o que é o caso de carnes gordas e do leite de vaca integral, por exemplo.
Dessa forma, é interessante que a mulher controle ainda melhor o seu consumo alimentar, dando prioridade para uma dieta saudável, equilibrada e feita de forma intervalada — de 3 em 3 horas — e em pequenas porções. Outra dica importante é evitar deitar-se imediatamente após uma grande refeição, como o almoço ou o jantar, por exemplo, e diminuir o consumo de alimentos pesados durante a noite, visto que esses hábitos podem piorar os quadros de azia e provocar refluxo.
O ideal é fazer um acompanhamento com um nutricionista, que lhe apresentará as melhores opções de cardápios e alimentos, de acordo com as suas condições clínicas e físicas. Assim, é possível diminuir a frequência dos incômodos gástricos e, ainda, ter mais disposição e saúde no final da gravidez.
O final da gestação e a vida sexual
Existem teorias cientificas que relacionam a prática do sexo na gestação e o estímulo ao trabalho de parto, visto que o sêmen possui prostaglandinas em sua composição, substâncias que têm como uma de suas funções a contração uterina.
Porém, é muito pouco provável que somente a ejaculação masculina seja capaz de aumentar as contrações a ponto de gerar um trabalho de parto prematuro. Isso porque o parto é um fenômeno multifatorial, ou seja, provocado e iniciado por diferentes estímulos, principalmente os hormonais.
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Mas é bastante comum que a mulher tenha a sua libido consideravelmente reduzida durante os últimos dias da gravidez, o que faz com que ela perca o interesse pelo sexo nessa fase. Como consequência, a atividade sexual tem a sua frequência e intensidade naturalmente diminuídas.
Nesse cenário, são imprescindíveis a compreensão e a paciência do parceiro para que a mulher passe pelo final da gestação da maneira mais tranquila possível. Além disso, orientações do seu médico são sempre bem-vindas para solucionar todas as dúvidas e as inseguranças quanto a vida sexual do casal.
Fique atenta às contrações
Muitas mulheres sofrem com um falso sinal de trabalho de parto, conhecido também como contrações de treinamento ou de Braxton-Hicks.
Entretanto, esse tipo de contração é natural no período final da gravidez e tem por finalidade o preparo do útero e do corpo para o momento do parto, que deve se iniciar em breve. Alguns especialistas acreditam que elas ajudam a tornar o colo do útero mais fino e a aumentar a dilatação.
Por isso, é importante que as mulheres que se encontram nos últimos dias de gravidez — especialmente as mamães de primeira viagem — saibam discriminar as contrações de Braxton-Hicks daquelas que dão, de fato, início ao trabalho de parto. Para tanto, basta prestar atenção ao ritmo, à duração e ao limiar de dor dessas contrações.
A Braxton-Hicks geralmente surge de forma esporádica e aleatória — não mais que duas a cada hora —, tem curta duração — menor que 1 minuto — e não causa dor, apenas um pequeno desconforto junto com o endurecimento da barriga. Elas também podem desaparecer com a mudança de posição, dessa forma, se a gestante estava sentada e fica de pé, o incomodo costuma passar.
Por outro lado, as contrações que precedem o parto são ritmadas e frequentes, duram pelo menos 1 minuto e estão associadas à dor, que lembra a cólica menstrual, porém, de intensidade progressiva, ou seja, a cada vez que surge, é mais intensa que a contração anterior. Diferentemente da Braxton-Hicks, elas não aliviam com a mudança de posição.
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Atividades físicas no final da gestação
Nos últimos dias de gestação, a prática de atividades físicas não é proibida, mas deve ser feita com mais cautela, pois os movimentos dos exercícios físicos intensos podem estimular o aumento da contração uterina, em alguns casos.
É preciso, também, ter cuidado com o tipo de exercício que será praticado, já que as articulações se encontram bastante sobrecarregadas devido ao tamanho da barriga, ao aumento do peso corporal e ao inchaço comum nesse período. Por causa disso, atividades físicas de alto impacto podem aumentar a chance de lesões e dores nas articulações inferiores, em especial, nos joelhos.
Outra questão para a qual a gestante deve ficar atenta é ao risco de queda. Com o aumento do volume abdominal, as câimbras se tornam mais frequentes, o eixo da coluna e o centro de gravidade do corpo se desviam para a frente. Essas mudanças aumentam a chance de a grávida se desequilibrar e cair, o que pode causar lesões, como o descolamento da placenta, prejudicando a segurança do bebê e da mamãe. Diante disso, a mulher tem que passar a se movimentar mais vagarosamente e com mais cautela durante os seus exercícios físicos.
O ideal para esse período são atividades leves, como a caminhada lenta e de curtas distâncias, o yoga, a hidroginástica e a meditação que, inclusive, ajudam a diminuir a ansiedade e promovem o relaxamento. Mães que não realizaram atividades físicas durante toda a gestação devem evitar iniciá-las nessa fase final, enquanto as grávidas ativas devem diminuir o ritmo e a intensidade das suas atividades.
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Saiba os sintomas comuns dos últimos dias de gravidez
Nos últimos dias de gravidez, alguns sintomas são bem comuns de acontecer, o que é fruto das mudanças do corpo se preparando para o momento do parto. Assim, nos 15 dias finais, período chamado de pré-parto, a mulher pode apresentar:
- Sensibilidade emocional, com uma mistura de ansiedade, alegria e medo;
- Contração irregulares (Braxton-Hicks), como já salientado no item anterior;
- Endurecimento e inchaço das mamas, com a possível saída de colostro — fluido líquido e amarelado, produzido antes do leite propriamente dito;
- Desconforto e dificuldade para dormir;
- Pernas, tornozelos e pés inchados;
- Cansaço e sensação de corpo pesado;
- Câimbras;
- Aumento da vontade de ir ao banheiro urinar;
- Aumento da sensação de calor;
- Diminuição da libido;
- Aumento do corrimento vaginal, geralmente branco e inodoro. Mas caso o corrimento tenha coloração e cheiro diferentes ou esteja associado a dor ou ao ardor, a mulher deve procurar o seu médico;
- Surgimento de manchas amarronzadas no rosto: cloasmas;
- Desconfortos nas costas e na virilha;
- Desconfortos gastrintestinais: azia, refluxo, má digestão, prisão de ventre e gases;
- Prurido na barriga e no abdômen por causa do alongamento da pele dessa região.
Para aliviar esses incômodos, o ideal é que a gestante descanse bastante e beba muita água. Investir em atividades relaxantes, como ler um livro, ouvir música, assistir um filme ou meditar, pode ajudar a diminuir a ansiedade. Na semana final, faça a última consulta com o seu obstetra para verificar a sua saúde e a do seu bebê.
Atenção aos sinais clínicos de urgência médica
Se você está apresentando sangramento, perda intensa de líquido vaginal, contrações ritmadas e frequentes durante os meses finais da gestação, você deve procurar imediatamente o seu médico. Esses sinais podem significar a entrada em um trabalho de parto prematuro ou riscos para a saúde da mamãe e do bebê.
Outros sintomas que devem acender o alerta da gestante é o inchaço pronunciado — principalmente nas mãos e no rosto —, o ganho rápido e excessivo de peso corporal e dores de cabeça fortes e persistentes. Esse conjunto de sinais pode indicar a instalação de pré-eclâmpsia, condição que acomete somente grávidas, caracterizada por hipertensão e proteinúria — grande perda de proteína pela urina —, que aumenta a mortalidade perinatal em até 5 vezes.
Além disso, as infecções muito recorrentes e a sede excessiva podem indicar o diabetes gestacional.
Quando a gestante se mantém atenta a esses detalhes, ela estará cuidando da sua própria saúde e, também, da saúde do seu filho.
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Categorias: Gravidez , Terceiro trimestre de gravidez
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