Gravidez

Descolamento prematuro de placenta: saiba mais sobre o assunto

O descolamento prematuro de placenta é uma grave complicação da gestação, que pode causar sérios prejuízos para a saúde do feto. Por isso, ela requer um atendimento médico de emergência, a fim de se reduzir os riscos para a vida do bebê e da mamãe.

Essa condição ocorre em cerca de 0,5 a 3% da população mundial, ou seja, possui uma incidência aproximada de 6,5 casos a cada 1000 gestações.

Diante da sua importância, preparamos um artigo com informações importantes sobre essa condição clínica tão delicada da gestação. Assim, você poderá ficar mais atenta a qualquer um de seus sintomas. Venha conferir!

O que é descolamento prematuro da placenta?

O descolamento prematuro de placenta – também chamado de placenta abrupta – é uma complicação obstétrica, caracterizada pela separação total ou parcial da placenta antes que o bebê esteja pronto para o nascimento.

Esse descolamento pode acontecer em qualquer período da gestação, mas é mais comum a partir da 12ª semana de gravidez. Quando acontece antes da 20ª semana, a condição passa a ser chamada de descolamento ovular.

Dica: Qual é a função da placenta?

Quais são os sintomas?

Normalmente, o descolamento da placenta vem acompanhado de intensa cólica abdominal, sangramento vaginal, dor nas costas, contrações uterinas rápidas e rigidez do útero.

O volume do sangramento varia de uma condição para a outra, sendo que quanto maior a quantidade de sangue maior é o risco para o bebê e a mamãe. Em alguns casos ele pode não acontecer, mas está presente em cerca de 80% dos casos.

Quais são os riscos?

A placenta é um órgão que se desenvolve junto com o início da gestação e que tem a função de nutrir o feto e levar oxigênio para ele. Assim, a placenta deve ficar presa na parede do útero até que o nascimento aconteça.

Portanto, quando o desprendimento acontece antes da hora certa, a vida do bebê é colocada em grande risco.

Dentre os riscos do descolamento, podem ser citados:

  • sofrimento fetal agudo devido à diminuição da oxigenação e da nutrição;
  • óbito da mãe ou do bebê, caso a condição não seja prontamente tratada;
  • hemorragia por parte da gestante, com a possibilidade de instalação de um choque hipovolêmico ou de coagulação intravascular disseminada;
  • necessidade de realização de parto prematuro.

Dessa maneira, sempre que houver qualquer tipo de suspeita em relação ao descolamento, o médico deve ser procurado com urgência, de forma a diminuir os riscos para a vida da criança e da gestante.

Dica: Veja 10 sintomas na gravidez que você nunca deve desconsiderar

Quais são as causas?

Nem sempre é possível descobrir o que causou o descolamento prematuro de placenta. Entretanto, existem alguns fatores de riscos, que, por sua vez, estão relacionados a condições inflamatórias ou a situações que provocam uma mudança na circulação sanguínea da placenta.

Podem ser citados como fatores de risco:

  • distúrbios de coagulação;
  • hipertensão e pré-eclâmpsia;
  • prática de esforço físico intenso;
  • fumo ou uso de drogas;
  • traumas na barriga, no útero, nas costas ou na região abdominal;
  • doenças infecciosas;
  • quantidade insatisfatória de líquido amniótico;
  • rompimento prematuro da bolsa amniótica;
  • idade materna maior que 40 anos;
  • presença de cicatriz cirúrgica no útero;
  • presença de mioma uterino;
  • gravidez múltipla.

Como é feito o diagnóstico?

Somente o obstetra pode fazer o diagnóstico do descolamento. Para tanto, ele faz um exame clinico da gestante, a fim de identificar a presença dos sintomas característicos dessa condição.

Durante o exame, o médico faz algumas perguntas relativas à intensidade e à duração dos sintomas que ela está apresentando. Além disso, ele pesquisa sobre o histórico médico e outros fatores que possam ter desencadeado o descolamento.

Juntamente com a avaliação clínica, também é necessário fazer alguns outros exames confirmatórios, tais como:

  • ultrassom abdominal e transvaginal, para a detecção da presença de coágulos, hematomas e a intensidade do sangramento;
  • exames de sangue, que incluem hemograma completo e exames para verificar a coagulação sanguínea;
  • exames pélvicos;
  • monitoramento fetal;
  • aferição da pressão arterial.

Dica: Conheça os 7 tipos de ultrassons gestacionais

Como é feito o tratamento?

Essa é uma condição delicada e emergencial, ou seja, detectando os primeiros sintomas a gestante deve procurar imediatamente o hospital para que o diagnóstico e o tratamento sejam rapidamente iniciados.

O tratamento varia de acordo com a idade gestacional, a condição clínica da gestante e do bebê, além da extensão e da gravidade do descolamento.

Caso a mãe e a sua criança estejam clinicamente estáveis, a gestação ainda seja muito recente para o parto e a hemorragia não ameace a vida de ambos, são recomendados o repouso e a hospitalização.

Durante a internação, são utilizados medicamentos para o controle das contrações uterinas, sendo que deve ser realizado um monitoramento cuidadoso de ambos – mãe e filho – até que o nascimento ocorra.

Por outro lado, o parto deve ser feito imediatamente em qualquer uma das seguintes situações:

  • Instabilidade hemodinâmica, ou seja, da circulação sanguínea do bebê, da gestante ou de ambos;
  • Ritmo cardíaco anormal do feto;
  • Idade gestacional próxima do período de nascimento, a partir da 34 semanas;
  • Sinais de sofrimento fetal;
  • Óbito do bebê.

tipo de parto também depende de casa situação, como, por exemplo, se a gestante e o bebê estão estáveis e se o descolamento foi extenso ou não.

Dica: Tipos de partos: qual é o ideal para mim e meu bebê?

Se acontecer de a mãe receber alta antes do nascimento da criança – o que é normal caso ambos estiverem bem – ela deve permanecer de repouso em casa.  Isso inclui ficar sentada ou deitada e evitar qualquer tipo de esforço físico, mesmo aqueles que parecem inofensivos.

Como prevenir o descolamento prematuro de placenta?

Apesar dos fatores de risco serem conhecidos, não é possível prever ou determinar se o descolamento acontecerá. Portanto, o melhor a se fazer é prevenir.

Tal prevenção pode ser feita da seguinte forma;

  • evitar a realização de atividades que requerem esforço físico intenso;
  • abolir o consumo de bebidas alcoólicas, o fumo ou o uso de qualquer outro tipo de drogas;
  • realizar adequadamente o pré-natal: ir em todas as consultasse realizar todos os exames e orientações solicitados pelo obstetra.
  • fazer o controle da pressão arterial ou de outras doenças, como infecções, por exemplo;
  • evitar atividades que podem causar traumas na região abdominal ou nas costas.

O descolamento prematuro de placenta é grave e requer atendimento imediato para evitar outras complicações para a saúde do feto e da mãe. Por isso, procure seu médico diante de qualquer suspeita ou sintoma anormal.

Assine a nossa newsletter para receber informações exclusivas sobre diversos assuntos relacionados à gestação!

Categorias: Gravidez , Saúde na gravidez

Mais de 100.000 mães acompanham nosso conteúdo!

    Cadastre seu e-mail e junte-se a elas

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

    Caro Leitor,

    A CordVida produz o conteúdo desse blog com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as futuras mães e pais sobre assuntos que rondam o universo da gravidez. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências de outros pais, opiniões médicas e por nosso conhecimento científico de temas relacionados às células-tronco. Os dados e estudos mencionados nos artigos são suportados por referências bibliográficas públicas. A CordVida não tem como objetivo a divulgação de um blog exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com seus médicos e especialistas.