Gravidez

Tipos de parto: conheça o parto pélvico

A gravidez é certamente um dos momentos mais esperados pela maioria dos casais. Junto com esse período mais do que especial e cheio de descobertas, também vêm as preocupações com a manutenção de uma gravidez saudável. Assim, a realização de um parto seguro, tanto para a mamãe quanto para o bebê, é provavelmente a principal preocupação dos pais grávidos.

São várias as possibilidades de parto, sendo que o tipo a ser realizado dependerá de vários fatores, tais como a vontade do casal, as características fisiológicas da gestante e a posição do bebê, por exemplo.

Em relação à posição do bebê, quando é chegada a hora do parto, a maioria das crianças encontram-se na posição cefálica — a qual permite o nascimento de cabeça por meio do canal vaginal. Nos casos em que o bebê permanece sentado, é conhecido como parto pélvico.

Para esse último caso, na maioria das vezes, é recomendado a cesárea, principalmente em primíparas, quando esta indicação é absoluta. No entanto, muitos especialistas têm questionado essa conduta.

Sendo causa de medo e apreensão das mamães, o parto pélvico é apenas mais um dos diferentes tipos de parto existentes. Por isso, preparamos um artigo todo dedicado a esse tipo de parto. Confira, aprenda mais sobre o tema e tire todas as suas dúvidas. Boa leitura!

Entenda o que é o parto pélvico

No sétimo mês de gestação, o útero adquire forma alongada, a quantidade de líquido amniótico se reduz e o crescimento do feto é acelerado, o que preenche grande parte da cavidade uterina.

Junto com essas modificações, as contrações uterinas (presentes durante toda a gestação e intensificadas próximo à realização do parto) fazem com que o bebê ajuste a sua posição, virando-se para baixo na cavidade uterina.

Esse ajuste é chamado de Lei da acomodação fetal, sendo o fator responsável por determinar a posição do feto no início do trabalho de parto.

Dessa forma, quando chega o momento tão esperado do nascimento, os bebês geralmente se encontram de cabeça para baixo, posição mais adequada para a passagem no canal do parto.

Entretanto, não é sempre que isso acontece! Em alguns casos, o bebê permanece sentado na barriga da gestante, o que é chamado de posição pélvica. Assim, em vez de nascer pela cabeça, a criança nasce pelo quadril.

Cerca de 3 a 4% dos nascimentos ocorrem com o bebê na posição pélvica. E em cerca de 0,5% dos casos o processo é iniciado mas é interrompido pela metade, o que determina a posição atravessada do feto.

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Saiba as causas do parto pélvico

Atualmente, ainda não são conhecidas as causas exatas para o bebê permanecer sentado e não virar de posição no momento do parto. Entretanto, acredita-se que fatores genéticos podem predispor a esse tipo de parto. Segundo dados de um estudo realizado na Noruega, bebês de pais que nasceram sentados têm chance duas vezes maior de também nascer nessa posição.

Além disso, diversos fatores foram apontados por pesquisadores como causadores da falha no mecanismo fetal de adaptação ao útero, como é o caso do parto prematuro, da quantidade inadequada de líquido amniótico, da gravidez múltipla, da presença de miomas e de anomalias no comprimento do cordão umbilical, no tamanho e na estrutura do útero, anomalias estruturais congênitas uterinas.

Conheça os riscos do parto pélvico

No parto pélvico, em primeiro lugar saem os quadris e ombros do bebê e por último a cabeça. Mesmo sendo um processo mais rápido se comparado ao parto cefálico, é preciso que o obstetra tome alguns cuidados, afinal é preciso ter certeza que a cabeça do bebê pode passar pela cavidade da pelve materna, após a passagem de seus ombros e quadril.

Assim, antes do parto vaginal, e no instante que a incompatibilidade entre o diâmetro da cabeça do bebê e o diâmetro da pelve materna é constatada, o médico deve optar por uma cesárea. Afinal, pode trazer riscos para a criança, tal qual o sofrimento fetal, principalmente em partos de primíparas.

Dessa forma, o parto pélvico é trabalhoso e tem riscos maiores de apresentar complicações quando comparado aos partos em que o bebê se encontra com a cabeça para baixo — posição cefálica. Assim, as taxas de mortalidade e de problemas de saúde no período perinatal são maiores nos nascimentos que ocorrem com o bebê sentado. Dentre as possíveis complicações, as mais frequentes são as respiratórias.

Mas não há motivos para medo ou apreensão! Se a gestante estiver fazendo um acompanhamento pré-natal de qualidade e com um médico de confiança, a probabilidade da ocorrência de complicações no parto pélvico pode ser bastante reduzida. A opção de cesariana deve ser sempre considerada.

Conheça as possibilidades de parto para o bebê pélvico

Atualmente, há um consenso de que a cesárea pode diminuir os riscos quando os bebês se encontram na posição pélvica no momento do parto, principalmente nas pacientes primigestas, ou seja, gestantes que estão tendo seu primeiro parto.

Nos últimos anos, essa conduta tem sido questionada por pesquisadores, obstetras e outros profissionais da saúde, que preferem realizar o parto vaginal mesmo quando os bebês estão sentados, desde que as condições da gravidez favoreçam esse tipo de nascimento.

Assim, a opção entre o parto cesáreo ou vaginal deverá ser fruto de muita conversa entre os pais e o obstetra, de forma a ser tomada a decisão mais segura possível. Além disso, deve ser feita a avaliação da relação entre os riscos e os benefícios de cada parto, analisando-se diversos fatores relacionados tanto ao bebê quanto à gestante.

Aprenda exercícios para ajudar o bebê virar

Alguns exercícios podem ser realizados pela gestante, a fim de ajudar o bebê a trocar de posição e ficar de cabeça para baixo no útero.  E é interessante que eles comecem a ser praticados a partir da 32ª semana de gestação.

Assim, por meio da gravidade, esses tipos de exercícios alongam os ligamentos pélvicos, o que pode favorecer a rotação do bebê, auxiliando-o a adotar a posição cefálica. Porém, não se pode afirmar a eficácia desses métodos, na medida que não há pesquisas científicas embasando tal resultado.

Dica: 3 atitudes que ajudam o bebê a ficar na posição certa para nascer

Antes de realizá-los é importante também que a grávida tome algumas medidas:

  • não ingerir alimentos ou líquidos em excesso, para que não tenha náusea ou azia;
  • procurar conversar com o bebê, chupar uma bala ou ingerir uma colher de mel para assegurar que o feto esteja acordado;
  • usar roupas largas e confortáveis;
  • estar com algum acompanhante, para assegurar que os exercícios sejam realizados de forma correta e com segurança.

É importante lembrar que nenhum desses métodos possui ainda comprovação científica de sua eficácia e portanto só podem ser feitos com o conhecimento, a avaliação e o consentimento do seu obstetra. Por isso, nunca faça nenhum tipo de atividade durante a gravidez sem antes consultar o seu médico.

Exercícios para a postura

Tomar cuidado com a postura pode ajudar a garantir mais espaço para o bebê dentro do útero. Assim, exercícios que melhorem a postura podem fazer com que o bebê vire de cabeça para baixo de maneira mais fácil na cavidade uterina.

Exercícios utilizando a música

Acredita-se que o som possa incentivar o bebê a mudar de posição no útero. Por isso, colocar fones de ouvido na parte inferior da barriga, por exemplo, pode ajudar o bebê a assumir a posição cefálica, ou seja, ficar com a cabeça voltada para baixo.

Exercícios de inclinação pélvica

Os exercícios de inclinação pélvica também podem auxiliar na troca de posição do bebê. Um exemplo é colocar um colchão no chão e ficar na posição de quatro apoios. Posteriormente, baixar a cabeça em direção ao chão e levantar o bumbum para cima, mantendo a posição por cerca de 10 minutos.

Outra modalidade desse tipo de exercício é realizada deitando-se em um colchão no chão. Em seguida, coloca-se os pés em cima de uma cama, um sofá ou uma cadeira e, posteriormente, o quadril é elevado até a altura que a gestante conseguir. A posição deve ser mantida por cerca de 15 minutos. Para tornar o exercício mais confortável, podem ser colocadas almofadas nas costas, após a elevação do quadril.

Versão cefálica externa

Esse procedimento é feito pelo obstetra, geralmente na 37ª semana, caso o bebê não mude naturalmente a sua posição dentro do útero. Durante a versão cefálica externa, o médico faz manobras específicas na barriga da gestante, com o objetivo de ajudar a criança a virar de cabeça para baixo e assumir a posição cefálica. Essa técnica pode apresentar riscos para a gestação, devendo ser indicada e realizada pelo médico obstetra.

Viu só como não há motivos para medo com o bebê na posição pélvica? Basta fazer um bom acompanhamento da sua gestação e escolher um obstetra experiente.

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Categorias: Gravidez , Tipos de parto / Pós parto

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    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

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