Criança

Guia completo: tudo o que você precisa saber sobre amamentação

Que a amamentação tem um papel fundamental na maternidade não há dúvidas. Mas você sabe por que o leite materno é tão importante na alimentação e desenvolvimento do bebê? Para tirar essa dúvida e diminuir as inseguranças que todo esse processo gera, veja esse texto que preparamos especialmente para auxiliar as mães nesse momento tão mágico (e nem sempre fácil) da maternidade.

A importância da amamentação

O leite materno é o primeiro alimento que o bebê deve consumir e isso acontece justamente porque ele é o mais completo! É o leite da mãe quem possui a composição ideal para atender a todas as necessidades nutricionais e biológicas do recém nascido. 

Não por acaso, os órgãos de saúde nacional e internacional recomendam fortemente que o bebê seja amamentado já na primeira hora de vida. É nesse momento que ele passa a receber da mãe, através do aleitamento materno, os anticorpos (as células de defesa do organismo) que vão protegê-lo de bactérias, vírus e outros agentes infecciosos durante os primeiros meses de vida. 

O leite materno também protege o pequeno de doenças como alergias e diarréias, além de diminuir o risco de colesterol alto, diabetes, obesidade e hipertensão. Ou seja: ter esse contato tão íntimo da amamentação logo que seu bebê vem ao mundo aumenta consideravelmente as chances do seu filho crescer forte e saudável!

Outra informação importante que muitas mães e pais não sabem é que a amamentação colabora no desenvolvimento adequado da face do bebê, auxiliando no fortalecimento dos dentes e no desenvolvimento da fala e da respiração. Sim, os benefícios são muitos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja exclusiva até a criança completar seis meses de vida — sem a necessidade de oferecer nenhum outro alimento, nem mesmo água. Após esse período, mesmo com a introdução alimentar, é bom que a amamentação (se possível) seja mantida até que o bebê complete no mínimo dois anos.

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Guia completo sobre amamentação

Neste guia, vamos tentar responder as principais dúvidas sobre o aleitamento materno, esse momento tão importante na vida da mãe e do bebê. O texto será dividido em quatro pontos principais que abordam tanto questões específicas sobre o leite quanto sobre o próprio processo da amamentação.

Se você é uma mãe de primeira viagem e está ansiosa ou com medo de não conseguir fazer tudo certo, acompanhe nossas dicas e se tranquilize: a amamentação exige informação, mas com algum preparo as coisas se tornam mais fáceis.

1. O que é preciso saber sobre o leite materno?

O leite materno é diferente em cada mulher. Isso porque as porções de vitaminas, minerais, gordura, água e outros componentes que ele contém variam de acordo com as necessidades da criança. Uma pesquisa da universidade estadual de Michigan, nos Estados Unidos, divulgada na revista Scientific American, demonstrou que até mesmo o sexo do bebê influencia nessa composição.

As mulheres que amamentam meninos produzem um leite mais rico em gorduras que aquelas que amamentam meninas. Para eles, a gordura no leite é de 2,8% e para elas é de 1,74%.

As condições socioeconômicas também influenciam na composição do leite, mudando esse dado de acordo com as condições maternas. As mulheres bem nutridas produzem um leite mais calórico quando têm meninos e as mulheres com uma condição de nutrição precária produzem esse leite mais espesso para as meninas.

Abaixo explicamos os detalhes da composição do leite e as formas corretas de fazer a retirada e o armazenamento, para que você tenha um pouco mais de liberdade para sair enquanto está amamentando e não ficar preocupada com a alimentação do bebê.

1.1. Composição

As diferenças no leite materno dizem respeito à quantidade de cada um dos nutrientes. Em relação à forma de produção, ela acontece em três estágios diferentes, atendendo as necessidades de cada etapa do desenvolvimento do bebê. São elas: colostro, leite de transição e leite maduro.

1.1.1. Colostro

É um líquido amarelado, espesso, produzido logo após o parto e que dura, em média, de dois a três dias. Algumas mulheres produzem o colostro já na gestação. Nesses casos, não é preciso que a grávida faça sua retirada ou se preocupe em armazená-lo. Esse primeiro leite é rico em proteínas e anticorpos maternos, que iniciam a proteção do bebê contra agentes externos.

Outra função primordial do colostro é proteger os intestinos do pequeno. Isso porque o tecido intestinal do recém-nascido é permeável, o que traz o risco de desenvolver uma condição perigosa, sobretudo para os prematuros: a enterocolite necrosante. O colostro reveste e veda os intestinos do bebê, prevenindo essa condição.

1.1.2. Leite de transição

Produzido entre o 7º e 21º dia de nascimento, é um leite mais rico em gorduras e carboidratos, para ajudar o bebê a ganhar peso, já que, normalmente, após o nascimento, os pequenos perdem um pouco de peso. Esse leite mais gordo também é importante para que o bebê não perca peso enquanto aprende a mamar corretamente.

O leite de transição também é produzido em maior quantidade que o colostro, atendendo ao aumento da demanda do bebê, que agora já pode mamar até 800 ml por dia.

1.1.3. Leite maduro

Após o 21º dia o leite se torna mais estável, equilibrando melhor os nutrientes a serem oferecidos ao bebê. Ainda assim, as quantidades de cada nutriente podem se alterar. Por exemplo, caso você ou seu bebê estejam resfriados, haverá uma liberação maior de anticorpos.

Quando estão nascendo os dentes do bebê ou na fase de pico de crescimento, pode ter uma concentração maior de cálcio. Essas mudanças podem ocorrer em dias ou mamadas diferentes, sempre para atender às necessidades do bebê.

Em qualquer uma das três fases, durante a mamada, primeiro é liberado um líquido mais aquoso, para hidratar o bebê e em seguida o leite mais forte, para alimentá-lo. Por isso, é importante que o bebê esvazie primeiro uma mama, antes de oferecer a segunda, para que ele ingira todos os nutrientes necessários para uma boa nutrição.

O início da mamada é sempre mais fluido e rico em proteínas e anticorpos e o final rico em gordura. 

1.2. Retirar o leite

Em geral, as mamães produzem cerca de 1/3 a mais de leite do que o bebê precisa. Algumas mulheres produzem bem mais. Essa quantidade excedente pode ser retirada para oferecer quando você estiver ausente ou ser doada para um banco de leite humano, onde será pasteurizado e oferecido aos bebês prematuros em recuperação.

A retirada do leite pode ser feita de forma manual ou com o auxílio de uma bomba. Antes de começar a retirada é preciso lavar as mãos com água e sabão para evitar contaminações, prender o cabelo e sentar em um local confortável.

Na retirada manual, o frasco coletor deve ser colocado embaixo da mama e você vai pressionar o seio com cuidado, com uma das mãos, colocando o dedo polegar na parte de cima da mama e os dedos indicador e médio na parte de baixo. Na retirada com bomba, basta posicioná-la na mama e esperar a retirada do leite. O melhor método é aquele que for mais confortável para a mamãe.

1.3. Armazenamento

O leite materno deve ser armazenado em um recipiente de vidro com tampa — como frasco de maionese ou café solúvel — ou em recipientes próprios comprados na farmácia. É preciso lavá-los e esterilizá-los com água quente antes da retirada do leite.

Assim que você terminar de fazer a ordenha, deve etiquetar o frasco com a data e a hora da coleta, para então colocá-lo na geladeira, congelador ou freezer. Na temperatura ambiente o leite só pode ser oferecido ao bebê até 40 minutos após sua retirada. Se o bebê for prematuro, não é recomendado oferecer esse leite.

Na geladeira, o leite pode ficar armazenado por até 48 horas. O ideal é que fique na prateleira e nunca na porta, onde pode haver mudanças de temperatura com a abertura frequente.

No congelador separado da geladeira ele pode ser mantido por até 3 meses, o que facilita muito a vida da mamãe que vai voltar a trabalhar, pois, é possível começar a armazenar o leite bem antes. No freezer, a uma temperatura de -20ºC, é possível conservá-lo por até um ano.

É importante checar com seu pediatra o prazo de conservação do leite, já que alguns especialistas acreditam em tempos menores de conservação.

Para descongelar o leite, basta retirá-lo da geladeira algumas horas antes, para um degelo natural. Antes de oferecer ao bebê, o leite precisa ser aquecido levemente em banho-maria, para chegar à temperatura ambiente. Não é recomendado aquecê-lo no fogo ou micro-ondas, para evitar um superaquecimento.

2. Como melhorar a produção de leite?

É comum que as mamães se preocupem se estão produzindo a quantidade necessária de leite ou se o leite está adequado para o bebê. Como dissemos, o organismo da mulher vai fazer o equilíbrio da composição necessária e o volume também será adequado à demanda, assim, quanto mais o bebê mamar, maior será a produção do leite.

Ainda assim, é possível dar uma ajudinha para o seu corpo  melhorar a produção de leite, preservando também a sua saúde. Confira abaixo algumas dicas de como produzir leite materno em maior quantidade e com tudo o que seu filho precisa.

2.1. Amamentar logo após o parto

A amamentação logo após o parto, além de fornecer ao bebê uma proteção muito importante com a ingestão de anticorpos, facilita a descida do leite, já que ao sugar a mama o bebê estimula a produção do leite materno, como se desse um sinal para o corpo da mãe de que é hora de produzir seu alimento em maior quantidade.

É importante não se frustrar quando isso não for possível. Algumas vezes, o bebê pode não ter neste momento um interesse pleno pela amamentação ou ainda, o pediatra precisar realizar algum atendimento especial na sala de parto impossibilitando este estímulo. Isso não comprometerá a amamentação futuramente.

2.2. Retirar o leite regularmente

Fazer a retirada do leite entre as mamadas também estimula a produção do leite, pois o corpo entende que, como há um esvaziamento mais rápido da mama, é preciso produzir em maior quantidade.

Atenção para não haver exageros. Escolha alguns intervalos para retirar e não sempre. Se sua amamentação já estiver adequada ( oferta x demanda), o excesso de estímulo pode trazer desconforto e ingurgitação mamária.

2.3. Amamentar frequentemente

A amamentação em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê desejar mamar, também é uma forma de aumentar a produção de leite. Em geral, os bebês mamam a cada duas horas ou duas horas e meia. Se não ficar muito cansativo para você, vale oferecer o peito em intervalos menores para aumentar a produção do leite.

Para bebês mais afoitos e dispersos, que têm dificuldade em pegar a mama quando estão com muita fome, a amamentação em livre demanda pode ser também uma boa saída para que ele mame melhor.

2.4. Manter uma alimentação adequada

Tudo o que você come e bebe vai para o leite materno, por isso é importante manter uma dieta equilibrada para ter os nutrientes necessários para oferecer ao bebê. Além disso, a alimentação adequada é essencial para que os nutrientes destinados ao leite materno não façam falta ao seu organismo, provocando anemia, fraqueza e outros mal-estares.

Alimentos ricos em água, como frutas, gelatina e sucos, e aqueles que geram energia, como a canjica, contribuem para aumentar a produção do leite.

2.5. Beber bastante água

A recomendação é beber de 3 a 4 litros de líquido no período de amamentação. Pode ser água, chás ou sucos. Tomar um copo de água antes e outro depois das mamadas ajuda na produção do leite e evita que você fique com sede enquanto alimenta o bebê.

Especialmente nos primeiros meses, quando as mamadas são bem mais demoradas — nos primeiros dias podem chegar a 40 minutos! —, é sempre bom ter ao lado da cadeira de amamentação uma garrafinha de água para ajudar na hidratação.

3. Como amamentar o bebê?

A amamentação nem sempre é fácil para a mãe e algumas mulheres e bebês vão mesmo precisar de ajuda para se adaptarem no início. Abaixo trazemos algumas dicas de como amamentar e tornar esse momento o mais tranquilo e prazeroso possível.

3.1. Preparação

Antes de iniciar a mamada, é preciso escolher um lugar confortável, em que as costas fiquem bem apoiadas. Almofadas de amamentação ou um travesseiro são muito úteis para apoiar e descansar os braços enquanto o bebê mama. Nos primeiros dias, além das mamadas serem pouco espaçadas, o bebê ainda está aprendendo a sugar e cada mamada pode demorar de 30 a 40 minutos.

Além disso, para o bebê ainda muito pequeno, mamar é um esforço muito grande, portanto é muito comum que ele descanse durante as mamadas parando de sugar por alguns minutos ou mesmo adormeça algumas vezes durante estas, tornando-as mais longas.

3.2. Definir a posição que deixe o bebê confortável

Há diferentes posições para amamentar, desde a mais tradicional, com o bebê virado de frente para o corpo da mamãe, aquela em que o corpinho fica na lateral do corpo materno e cabeça virada para a mama, outra em que a mamãe fica deitada de lado e oferece a mama ao pequeno. Seja qual for a posição escolhida, o importante é que a pega esteja correta e o bebê confortável para se alimentar bem.

3.3. Conferir se a pega está correta

A pega correta é aquela em que o bebê abocanha toda a auréola do seio ou a maior parte dela. Quando o bebê pega apenas o bico do peito, além de machucar a mamãe, não conseguirá fazer a sucção, ficando irritado e se desinteressando pela mamada, o que pode prejudicar sua nutrição e deixá-lo com fome. 

A saída do leite acontece com o estímulo das glândulas que se posicionam ao redor do bico, na região da  aréola, por isso além de machucar o seio, a pega apenas no bico faz com que a saída deste seja menor irritando o bebê.

É importante destacar que, no início, a pega é uma dificuldade bastante comum entre as mamães. Portanto, não desista nem se sinta nervosa. Procure se informar e se tranquilizar pois, com as tentativas, fica mais fácil encontrar a maneira certa.

3.4. Alternar os seios

Alguns bebês desenvolvem preferência por uma das mamas, mas é importante insistir e oferecer os dois seios, tanto para garantir que ele mame o necessário, quanto para manter a quantidade adequada de leite. Além disso, o estímulo de apenas uma mama pode deixá-las com tamanhos diferentes após o período da amamentação.

3.5. Observar os cuidados com o mamilo

No início da amamentação o mamilo pode ficar mais ressecado e surgirem pequenas fissuras ou até mesmo feridas — quando esses problemas persistem o mais comum é que a pega esteja incorreta.

Para cuidar dos seios rachados é recomendado passar o próprio leite materno neles, que ajuda a hidratá-los e a cicatrizar as pequenas rachaduras. Se houver lesões maiores, o médico pode indicar uma pomada para ajudar na cicatrização. As mais indicadas são as pomadas à base de lanolina, as quais não precisam ser retiradas no momento da amamentação.

3.6. Cuidar de seios feridos

Seios quentes, com leite empedrado e muito doloridos podem ser sinal de mastite, uma inflamação nas glândulas mamárias. Nesse caso é preciso consultar um médico ou uma maternidade com especialistas em amamentação para tratamento.. Em casos mais avançados, principalmente com a presença de febre, pode ser necessário uso de antibióticos e acompanhamento médico. Quanto antes for feito o diagnóstico, menor o prejuízo para a amamentação.

Para aliviar os sintomas de empedramento, você deve usar compressas de água fria, nunca água quente, pois, apesar de trazer alívio imediato, a água quente estimula a produção de leite  piorando o problema.

4. Quais os benefícios da amamentação?

A amamentação traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê, reforça os laços entre mãe e filho e ainda traz ganhos para a saúde materna. Confira alguns deles.

4.1. Para o bebê

O leite materno é fonte de energia, vitaminas e minerais indispensáveis para o  desenvolvimento do bebê.

4.1.1. Fortalece a imunidade

Todas as doenças e microrganismos que a mamãe teve contato ao longo da vida geraram anticorpos em seu organismo para combatê-las. Essas células de defesa serão repassadas ao bebê por meio do leite materno, o protegendo de infecções e alergias.

Mesmo na amamentação tardia, após os 15 meses de vida, o leite materno é capaz de combater bactérias no corpo da criança. Foi o que mostrou um experimento feito por estudantes de biociências que viralizou nas redes sociais. Em seis placas de Petri com leite materno de uma mãe que amamentava uma criança de 15 meses e outra uma de 3 anos, é possível ver as células de defesa presentes no leite cercando uma colônia de bactérias para combatê-las.

4.1.2. Reduz as chances de obesidade

Um estudo de revisão da Organização Mundial da Saúde concluiu que crianças que foram amamentadas por mais tempo reduziram em até 22% as chances de terem sobrepeso ou obesidade.

Isso porque o leite materno age como um regulador metabólico, influenciando no tamanho/número de células de gordura ou induzindo o processo de diferenciação metabólica — alterações em determinados genes que causam variações na produção de hormônios, receptores hormonais, enzimas e outras células participantes do processo metabólico.

4.1.3. Diminui o risco de alergias

Um estudo de revisão disponível na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos reuniu pesquisas que demonstram que o leite materno protege o bebê contra alergias de pele, como a dermatite atópica, alergia à proteína do leite de vaca, asma e outros tipos de alergias comuns em crianças.

A ingestão de leite de vaca nos primeiros dias de vida aumenta o risco do desenvolvimento de alergia a esse tipo de leite. Por isso, a recomendação é evitar o uso de fórmulas para alimentar recém-nascidos. Em alguns casos pode ser necessário, porém é importante que tenha orientação e acompanhamento do pediatra.

4.1.4. Ajuda no desenvolvimento cognitivo

Diferentes pesquisas demonstram evidências de que o leite materno ajuda no desenvolvimento cognitivo da criança, tendo efeitos também na vida adulta. Crianças amamentadas apresentaram vantagens cognitivas em diferentes idades, em relação àquelas que não foram amamentadas. A hipótese é que há no leite materno substâncias que estimulam esse desenvolvimento.

4.1.5. Combate à anemia

O leite materno tem maior concentração de ferro e menor concentração de cálcio que o leite de vaca. Embora muito importante para o desenvolvimento dos ossos e dentes, o cálcio em grande quantidade interfere na absorção do ferro, podendo causar anemia. Esse equilíbrio ajuda o bebê a ter mais concentração de ferro no organismo, evitando a anemia no período de amamentação exclusiva.

Na transição alimentar é necessário oferecer ao bebê alimentos ricos em ferro, como folhas verde-escuras e carne vermelha, pois, além de o bebê mamar menos, há uma queda de ferro no leite, para atender a outras necessidades, como o próprio cálcio, quando os dentes começam a nascer. O pediatra também pode receitar uma suplementação de ferro até por volta dos 3 anos.

4.2. Para a mãe

A amamentação traz inúmeros benefícios também para a mãe, com ganhos em saúde física e mental, ajudando a recuperar o peso antes da gravidez e a lidar melhor com as mudanças hormonais e diferentes emoções que acompanham a chegada do bebê. Conheça algumas delas.

4.2.1. Reduz os riscos de depressão pós-parto

Um estudo feito por pesquisadores britânicos e espanhóis com 10 mil mães demonstrou que aquelas que amamentavam tinham risco 50% menor de terem depressão pós-parto do que aquelas que não amamentavam ou não pretendiam amamentar.

Da mesma forma, as mães que desejavam e tinham planejado amamentar, mas não puderam fazê-lo, tiveram um risco duas vezes maior de desenvolver a condição (depressão pós-parto) do que aquelas que não planejavam amamentar e não amamentaram.

A depressão materna influencia o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo do bebê, por isso é uma condição que deve ser diagnosticada o mais rápido possível, para aliviar o sofrimento da mãe e proteger o pequeno.

4.2.2. Diminui os riscos de desenvolver câncer de mama e ovário

A amamentação pode reduzir os riscos de câncer de mama em mais da metade em mulheres de países desenvolvidos e em até dois terços nas mulheres de países em desenvolvimento, segundo uma pesquisa do Grupo Colaborativo sobre Fatores Hormonais no Câncer de Mama.

Para cada 12 meses de amamentação, o risco de desenvolver o câncer de mama cai 4,3% e há uma redução do risco em 7% para cada parto. Quanto mais tempo uma mulher amamenta, mais protegida fica contra o câncer de mama. A falta da amamentação ou períodos curtos de amamentação deixam as mulheres mais expostas aos riscos de desenvolver a doença.

Outro estudo,  que relaciona a amamentação ao risco de desenvolver câncer de ovário, demonstrou que as mulheres que amamentaram tiveram uma redução de 30% no risco de desenvolverem câncer ovariano em comparação com aquelas que nunca tinham amamentado. O estudo foi feito com mais de 17 mil mulheres.

4.2.3. Ajuda na perda do peso

A amamentação consome de 600 a 800 calorias maternas por dia, por isso, as mães que mantêm a amamentação exclusiva pelos seis meses recomendados conseguem perder peso mais rápido. Três meses após o parto, a mamãe já poderá ter perdido de 5 a 6 quilos. Claro que é preciso manter uma dieta equilibrada, essencial para a qualidade do leite e a saúde materna.

4.2.4. Estimula o vínculo afetivo com o bebê

O contato com a mãe tranquiliza o bebê e o faz se sentir mais seguro e acolhido, trazendo efeitos psicológicos positivos também para a mamãe, que se sente mais segura e realizada. O contato pele a pele e a proximidade do olhar entre mãe e filho fortalecem os vínculos afetivos e melhoram a comunicação entre eles.

4.2.5. Combate à anemia no pós-parto

Durante a amamentação a mulher continua a produzir o hormônio ocitocina que age na contração do útero, contribuindo para que ele volte mais rapidamente ao seu tamanho natural, reduzindo também o sangramento pós-parto. Com uma perda menor de sangue, há menos risco de a mulher ter anemia no pós-parto.

A amamentação pode ser um período maravilhoso, mas também de grande dificuldade, especialmente para as mamães de primeira viagem. Se você sentir alguma dificuldade, não hesite em procurar ajuda: além de conversar com o seu médico de confiança ou com o pediatra do bebê, hoje em dia existem muitos grupos de mães mais experientes dispostas a colaborar. 

E caso você não consiga amamentar, não se sinta frustrada ou culpada! Nem todas as coisas estão no nosso controle. Veja pelo lado bom: há várias alternativas para driblar essa adversidade, como as fórmulas lácteas infantis – cada vez mais acessíveis. Relaxe e aproveite a maternidade: você e seu bebê vão aprender juntos a passar por esse processo e desfrutar dos bons momentos.

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Categorias: Criança , Gravidez , Tipos de parto / Pós parto

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    Dra. Mariana Mader Pires de Castro

    Dra. Mariana Mader Pires de Castro

    (CRM: 876879RJ)
    Graduação em Medicina pela Universidade Estácio de Sá;
    Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
    Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
    Certificado de Atuação na Área de Endocrinologia Pediátrica (CAAEP)- RJ; Mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Caro Leitor,

    A CordVida produz o conteúdo desse blog com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as futuras mães e pais sobre assuntos que rondam o universo da gravidez. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências de outros pais, opiniões médicas e por nosso conhecimento científico de temas relacionados às células-tronco. Os dados e estudos mencionados nos artigos são suportados por referências bibliográficas públicas. A CordVida não tem como objetivo a divulgação de um blog exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com seus médicos e especialistas.