A dieta da gestante, apesar de seguir uma tendência muito parecida ao longo dos nove meses de desenvolvimento do bebê, apresenta algumas peculiaridades que devem ser respeitadas em cada trimestre que mãe e filho compartilham. Quer saber sobre a dieta no terceiro trimestre de gravidez?
Você já acompanhou com a gente como deve ser a dieta para grávida no primeiro e no segundo trimestre da gestação. Neste artigo, vamos explicar como a futura mamãe deve se alimentar na etapa final da gravidez: o tão esperado terceiro trimestre. Confira!
A relação entre a gestante e a alimentação no terceiro trimestre
Os três últimos meses da gestação são talvez os mais esperados. Mas, podem ser também, os mais desconfortáveis para a mulher que aguarda a chegada do seu filho. Como o bebê está praticamente completamente desenvolvido nessa fase e, a partir daí, só deve ganhar peso e forma física, é natural que o pouco espaço que resta para ele no útero materno seja uma das possíveis causas dos vários sintomas que as gestantes enfrentam na reta final da gravidez.
Dentre eles, podemos citar: o desconforto gastrointestinal, a sensação de empachamento, algumas náuseas, cólicas, maior necessidade de urinar e bastante dificuldade para evacuar, o que pode resultar em uma desagradável hemorroida. Todas essas situações são consequências naturais do crescimento do bebê, que começa a comprimir os órgãos que se posicionam dentro da cavidade abdominal junto com ele: o estômago, a bexiga e o intestino.
Por isso, muito mais do que apenas nutrir mãe e filho nessa fase, a alimentação da gestante no final da gestação, deve se preocupar também, em minimizar esses incômodos causados pelo crescimento do bebê que está prestes a nascer. As gestantes precisam aprender a fracionar sua alimentação, alimentando-se em menor quantidade e mais vezes ao dia. E, a escolher as melhores opções para garantir sua nutrição sem ter que se preocupar com o desconforto após uma refeição.
A importância da alimentação também para o bebê
O terceiro trimestre é uma etapa importante também para o seu bebê. É nesse momento que o desenvolvimento do metabolismo toma conta de todas as reações que ocorrem dentro do útero. Nessa fase, o cérebro começa a fazer conexões, todos os tecidos estão praticamente prontos, e todo o corpo recém-desenvolvido do seu filho já se torna um organismo capaz de funcionar praticamente sozinho, metabolizando toda a nutrição que recebe pelo cordão umbilical.
Por isso, por mais que seja muito difícil para a mamãe em alguns momentos, a alimentação jamais deve ser interrompida ou reduzida em volume ou qualidade nutricional por motivo de desconforto ou por falta de apetite da mãe. A ingestão de gorduras saudáveis, carboidratos de origem integral, alimentos ricos em vitaminas, minerais e proteínas deve ser mantida, de maneira equilibrada. Geralmente, é sugerido um pequeno aumento da ingestão calórica para evitar falta de energia para mãe e filho.
Dica: A importância da alimentação saudável durante a gravidez
Cuidados essenciais na dieta e nos hábitos de vida durante o terceiro trimestre
Agora que você sabe que a alimentação da gestante no terceiro trimestre deve seguir as premissas aprendidas no início da gravidez, vamos apresentar as particularidades que devem ser observadas nessa reta final para garantir a nutrição correta do seu filho. Abaixo listamos as recomendações que a grande maioria dos médicos e nutricionistas reforçam para suas pacientes.
Aumente o consumo calórico
No último trimestre da gestação, o volume de calorias que devem ser ingeridas pela mãe, precisa aumentar em até 300 kcal para garantir o desenvolvimento final do bebê — e também a nutrição da futura mamãe.
Esse aumento calórico, ao contrário do que muitas gestantes imaginam, não vai resultar em depósitos de gordura no corpo (desde que os nutrientes estejam balanceados). Mas sim, em mais energia para seu filho crescer. Lembre-se: você não precisa “comer por dois” em nenhuma fase da gravidez!
Continue tomando os suplementos vitamínicos
Sabe aquela história de parar a ingestão dos suplementos de ferro, vitamina B12, ácido fólico, cálcio, vitamina D e qualquer outro suplemento que seu médico prescreveu para você lá no início da gestação? Cuidado! Ela não existe.
A gestante deve continuar com os suplementos até o finalzinho da gravidez, já que a demanda do bebê para esses nutrientes só tende a aumentar e a alimentação da mamãe é incapaz de suprir boa parte dela.
Toda interrupção ou substituição deve ser feita apenas se seu médico indicar. E, ainda assim, pergunte a ele o porquê do corte de determinado suplemento. Ele vai te explicar e você não ficará encucada com isso.
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Beba muita água
Além de utilizar praticamente toda a reserva calórica e nutricional da mãe, o bebê também usa um volume elevado de água para se manter hidratado e garantir suas reações metabólicas. Para poder fornecer o volume ideal para ele e não correr o risco de desidratar, a gestante deve beber bastante água ao longo de todo o dia. Alguns médicos recomendam uma ingestão maior do que os dois litros tradicionais nessa fase, mas só consuma o volume recomendado pelo profissional que a acompanha.
Além da água, invista em sucos poucos calóricos, como os chás de erva-cidreira, capim-limão, erva-doce, hortelã e suco de maracujá e também em águas aromatizadas (aquelas com rodelas e pedaços de frutas, hortelã e gengibre). Frutas como melancia, melão e abacaxi contêm muita água, mas não consuma mais do que duas fatias finas por dia, por causa do açúcar das frutas.
Os chás citados e o suco de abacaxi ainda ajudam na digestão e também a desinchar. Mas atenção: se você costuma ter aftas ao comer abacaxi, esqueça-o.
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Valorize o consumo de fibras alimentares
Com o crescimento do bebê dentro do útero materno, é natural que a mulher sinta cada vez mais dificuldade para ir ao banheiro, podendo enfrentar longos períodos de constipação, gases e, principalmente, quadros indesejados de hemorroidas, que nada mais são do que varizes que ocorrem no ânus.
Dessa forma, se a mulher tiver histórico de varizes ou mesmo de hemorroidas — antes de engravidar —, o ideal é já avisar essa propensão ao médico e ao nutricionista para que ele corrija (ou evite) tais problemas tomando várias medidas, inclusive ao planejar sua alimentação.
A alimentação pode ajudar a evitar esses problemas intestinais. Basta aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras alimentares, como vegetais, frutas com casca e cereais integrais para que elas atuem diretamente no aumento da motilidade intestinal e na redução dos desconfortos. É muito importante associar ao consumo de fibras, a ingestão de líquidos para não ressecar ainda mais as fezes.
Não se esqueça dos alimentos ricos em vitaminas e minerais
A ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais, como frutas, vegetais e legumes (bem higienizados e cozidos sempre que necessário), é considerada indispensável para a manutenção da saúde da gestante e do bebê. Como afirmamos acima, o bebê já é um organismo que consegue sobreviver praticamente sozinho e, graças a seu metabolismo alto, necessita de uma série de nutrientes fundamentais para funcionar corretamente.
As mulheres necessitam de mais nutrientes durante o período que estão gestando uma nova vida, inclusive no terceiro trimestre, final da gestação. A quantidade e o tipo de vitaminas são determinadas pelos exames de sangue que o médico solicita durante a gravidez, da idade e condição nutricional anterior à gestação, da presença de doenças crônicas como a pressão alta, a osteoporose e a diabetes e também da quantidade de bebês que a mamãe espera.
As fontes alimentares garantem esse aporte nutricional, que deve ser rico em:
1. Vitaminas
B6 (piridoxina)
Ela ajuda a aliviar as náuseas e também a deixar a mamãe mais calma — o que é muito bem-vindo no finalzinho da gestação, quando a mamãe está muito ansiosa. Ela ainda é associada à formação de glóbulos vermelhos e ao crescimento, portanto, é fundamental para o desenvolvimento do seu filho.
Suas maiores fontes são: carnes, arroz e macarrão integrais, gérmen de trigo e outros cereais integrais, levedura de cerveja, lentilha, grão-de-bico, feijão-branco, nozes, sementes de girassol, banana, e peixes como atum e salmão.
Vitamina B12 (ou riboflavina)
Ela tem papel fundamental no desenvolvimento do sistema nervoso, do cérebro e também na formação de todo o corpo do bebê. Como esta vitamina é encontrada sobretudo nas carnes, as mulheres vegetarianas e veganas devem receber este suplemento desde o início da gestação, mas sempre com prescrição do médico ou nutricionista.
Vitamina C
Ela ajuda na absorção do ferro vegetal, por isso, é importante beber um suco de fruta cítrica durante as refeições. Ela também ajuda a fortalecer a imunidade da gestante, que ficará mais protegida de algumas doenças, como as respiratórias, por exemplo.
As maiores fontes são: frutas cítricas, tomate, caju, acerola, morango, kiwi, pimentão e goiaba.
Vitamina D
Ela é crucial em todas as fases da gravidez, pois ela tem muitas funções. No terceiro trimestre (entre 28 e 32 semanas), ela continua ajudando o cálcio a se fixar nos ossos do bebê que está terminando seu crescimento.
A maior fonte desta vitamina é o sol, mas se você não pode tomar sol, o médico recomendará que você use uma suplementação deste nutriente. Mas nunca tome vitamina D por conta própria! Seu médico sabe a dose que você precisa.
Ácido fólico
Ele tem ação essencial no feto, desde o início de sua formação, por isso, ele é mais importante no início da gestação. Mas aqui, no terceiro trimestre, ele vai atuar mais no corpo da mãe do que no do bebê, auxiliando na proteção da mamãe em relação a um parto prematuro.
São fontes de ácido fólico: verduras de cores verdes escuras (principalmente o espinafre), lentilhas, quiabo e feijão-preto, mas em pouca quantidade, assim, é muito provável que seu obstetra ou nutricionista recomende uma suplementação, mas isso você já sabia lá no primeiro trimestre da gravidez.
2. Minerais
Ferro
É muito usado pelo bebê no segundo e terceiro trimestre da gravidez, por ser fundamental nas etapas finais do seu desenvolvimento.
São fontes de ferro, as carnes, em especial o fígado. Nos vegetais ele pode ser encontrado em maior quantidade nas folhas verdes escuras, na lentilha, no feijão e na aveia.
Consuma o ferro de origem vegetal acompanhado de alimentos ricos em vitamina C para uma melhor absorção, como explicamos. Por outro lado, evite consumir suplementos de cálcio e alimentos neste mineral junto com o ferro. A razão é que o cálcio impede a absorção do ferro.
Cálcio
O cálcio é o principal mineral dos ossos e também dos dentes e continua sendo fundamental no fim da gravidez. Ele está presente em todos os laticínios e também em moderada quantidade no brócolis.
Flúor
O flúor atua na boa saúde dos tecidos dos órgãos e das células. Sua principal fonte é a água fluoretada. Na alimentação, ele é encontrado em peixes de água salgada. Sua falta pode afetar a saúde bucal da mãe.
Valorize a ingestão alimentos ricos em gorduras boas
As gorduras saudáveis são essenciais nesta etapa, a qual as sinapses cerebrais (comunicações entre as células do cérebro) começam a se formar no bebê. Por isso, alimentos como nozes — e demais castanhas e amendoim —, farinha de linhaça, abacate e certos tipos de peixes cozidos devem ser uma parte importante do cardápio materno.
Quanto aos peixes, os mais ricos em gorduras saudáveis (Ômegas 3, 6 e 9) são: salmão, sardinha, atum e truta, lembrando que preparações com peixe cru estão proibidas.
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Evite alimentos que causam gases e outros problemas
- Feijões e outros alimentos indigestos: os gases são causadores de muito desconforto na gravidez, sobretudo no seu final. Por isso, alguns alimentos devem ter seu consumo diminuído. Para tornar o feijão mais digerível deixe-o de molho por 12 horas antes de cozinhá-lo. e troque a água do remolho umas 3 ou 4 vezes. Diminua o consumo de batata-doce, repolho e quaisquer alimentos que você sabe que causam gases.
- Ingredientes estimulantes: evite beber café e chás com cafeína no período da noite por tirarem o sono. Outro alimento excitante é o chocolate, portanto, corte-o da dieta.
- Refrigerantes e açúcar refinado: corte os refrigerantes de sua alimentação. Além de pobres em nutrientes e ricos em açúcares, eles ainda podem agir como estimulantes. Diminua a ingestão de açúcar refinado, pois ele pode causar a diabetes gestacional.
- Laticínios não pasteurizados: não consuma leites e queijos que não foram pasteurizados. É alto o risco de estarem contaminados por microrganismos prejudiciais à saúde do bebê e da mamãe.
- Ovos mal passados: não consuma ovos crus ou pouco aquecidos por causa do elevado risco da presença da bactéria salmonela, muito perigosa.
Com a ajuda das dicas acima, você garantirá uma dieta saudável nessa reta final do desenvolvimento dele. Não se esqueça de manter fora do seu cardápio os alimentos que listamos lá no primeiro artigo, sobre a dieta da grávida no primeiro trimestre.
Esperamos que estas informações sejam úteis em sua dieta no terceiro trimestre da gestação. E se algum amigo ou familiar, for ajudá-la na tarefa de lembrar quais alimentos você deve evitar e quais deve consumir na gravidez, que tal compartilhar este artigo em suas redes sociais?
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Categorias: Gravidez , Terceiro trimestre de gravidez
Tags: alimentação na gravidez dieta na gravidez terceiro trimestre,
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