O diabetes gestacional é uma das complicações mais comuns da gravidez, chegando a atingir até 25% das mulheres, dependendo do país e dos critérios utilizados para fazer o seu diagnóstico. No entanto, apesar de ser comum, essa doença pode gerar consequências graves para a gestante e o bebê, colocando em risco a saúde e a vida de ambos.
Nesse cenário, é fundamental que as mulheres conheçam um pouco mais sobre o diabetes gestacional, de forma que elas possam se prevenir e evitar o aparecimento de complicações decorrentes da doença.
Pensando nisso, preparamos este artigo que reúne as principais informações sobre o distúrbio. Venha conferir e aprender um pouco mais sobre o diabetes gestacional conosco!
O que é o diabetes gestacional?
O diabetes gestacional é um distúrbio do metabolismo diagnosticado pela primeira vez durante a gravidez e que se caracteriza por uma intolerância aos carboidratos, a qual provoca uma consequente elevação dos níveis de glicose, ou açúcar, no sangue.
Esse distúrbio se constitui como o mais comum da gestação, com prevalência que gira entre 3% e 25%. Geralmente, ele é detectado no segundo trimestre de gestação – entre a 24ª e a 28ª semanas – podendo ou não desaparecer após o parto.
Mulheres que tiveram o distúrbio durante a gravidez têm maior risco de desenvolver diabetes futuramente. Dessa forma, é fundamental que elas deem continuidade ao acompanhamento médico e façam um controle periódico dos níveis de glicose no sangue após a gravidez; além de adotar um estilo de vida mais saudável, com a prática de atividades físicas e o consumo de uma dieta balanceada.
Quais são as causas?
O diabetes é causado por uma insuficiência do pâncreas – órgão responsável pela produção e secreção de insulina – em fabricar esse hormônio nas quantidades suficientes para a adequada manutenção do nível de açúcar no sangue.
Durante a gestação, há uma elevada produção de hormônios pela placenta, os quais podem bloquear ou prejudicar a ação da insulina. Em situações normais, o pâncreas da gestante aumenta a sua produção de insulina. Por outro lado, no diabetes gestacional, a quantidade produzida torna-se insuficiente para suprir a demanda do corpo.
Atualmente, ainda não se sabe quais são as causas exatas dessa anormalidade. Entretanto, existem alguns fatores de risco que predispõe a sua ocorrência, tais como:
- gestação em idade igual ou superior aos 35 anos;
- mulheres cujo primeiro filho ou bebê de uma gestação anterior nasceu acima do peso, ou seja, com mais de 4 kg;
- obesidade, sobrepeso ou ganho excessivo de peso durante a gravidez;
- histórico de diabetes na família, especialmente em parentes de graus mais próximos, como os avós, os pais e os irmãos;
- histórico de intolerância aos carboidratos ou intolerância à glicose;
- hipertensão durante a gestação ou pré-eclâmpsia;
- crescimento excessivo do feto;
- histórico de aborto de repetição, morte fetal ou neonatal e malformações;
- síndrome de ovários policísticos;
- histórico de diabetes gestacional.
Quais são os sintomas?
Geralmente, esse distúrbio é assintomático, ou seja, não possui sintomas. Quando presentes, os mais comuns são sede e fome excessivas, ganho exagerado de peso por parte da mamãe ou do bebê, aumento da frequência urinária, fadiga ou cansaço, mal-estar, inchaço dos braços ou das pernas e visão turva.
Quais são os riscos?
O aumento dos níveis sanguíneos de glicose, quando não controlado, pode ter consequências graves para a mulher e para o seu bebê. A gravidade dos seus impactos depende do período gestacional em que o distúrbio foi detectado, da sua duração, do seu tratamento e da presença de outras complicações concomitantes, como a hipertensão, por exemplo.
Confira a seguir quais são os principais impactos desse distúrbio metabólico.
Riscos para o bebê
O diabetes pode colocar a saúde do bebê em risco tanto durante a gestação quanto após o parto. Dentre as consequências do distúrbio, podem ser citadas as malformações, o parto prematuro, os abortos espontâneos, as anormalidades de desenvolvimento após o nascimento, além de icterícia, de traumatismos durante o parto – fraturas ósseas – e de problemas metabólicos, como a hipoglicemia.
Como a insulina é um hormônio que também promove o crescimento de tecidos do corpo, o bebê pode nascer acima do peso e com órgãos de tamanho maior do que o esperado. Tal fato pode predispor a instalação de problemas circulatórios e de outros sistemas, como o respiratório.
Riscos para a gestante
As mulheres com diabetes gestacional descompensado, ou seja, com níveis de glicose muito elevados, possuem maior risco de desenvolver infecções como a candidíase e as infecções urinárias. Esse distúrbio também aumenta o risco de desenvolvimento de outras complicações durante a gravidez, como é o caso da pré-eclâmpsia e do ganho excessivo de peso.
Como é feito o diagnóstico?
Durante a primeira consulta do acompanhamento pré-natal, o médico obstetra fará o exame clínico e solicitará diversos exames laboratoriais para averiguar a saúde da gestante.
Dentre esses exames está o de glicemia de jejum, que analisa os níveis sanguíneos de açúcar no sangue. Se o exame estiver com a glicemia acima do normal. Posteriormente, é necessário um novo exame de glicemia de jejum para confirmar o resultado.
Gestantes com glicemia normal devem ser triadas novamente no segundo trimestre de gravidez, entre a 24ª e a 28ª semana. Nesse período, é realizado um exame chamado de teste oral de tolerância à glicose (TOTG), em que três amostras de sangue são coletadas para a medida da glicemia: uma em jejum e as outras duas 1 h e 2 h após a ingestão de um concentrado de glicose. Quando o resultado do TOTG encontra-se alterado, é dado o diagnóstico de diabetes gestacional.
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Como é o tratamento?
Quando há o controle dos níveis de glicose no sangue da gestante, os riscos de complicações para a mamãe e para o seu filho são reduzidos. Nesses casos, também há uma diminuição da chance de intercorrências durante o parto. Por esse motivo, é fundamental que a doença seja tratada.
Esse tratamento é realizado por um conjunto de métodos. Confira a seguir as suas principais características.
Controle alimentar
Primeiro, é realizada uma orientação nutricional para a gestante, a fim de controlar o seu ganho de peso ao longo da gravidez. Para tanto, é montada uma dieta, de acordo com as condições físicas e clínicas da mulher.
Prática de atividades físicas
Juntamente com o controle nutricional, é indicado que a gestante inicie a prática de atividades físicas, com o objetivo de ajudar no controle do seu peso. Da mesma forma que a dieta, a atividade física deve ser indicada levando-se em consideração as suas condições clínicas e obstétricas. Além disso, as atividades devem ser sempre orientadas e acompanhadas por um profissional de saúde habilitado.
Terapia com insulina
Quando o controle alimentar e a prática de atividades físicas não são suficientes para controlar o nível de açúcar no sangue, é preciso que seja iniciado o tratamento medicamentoso com insulina. A quantidade de insulina e o número de vezes que ela é utilizada durante o dia dependem das condições clínicas da mulher.
Durante toda a gravidez, a mamãe deve fazer o monitoramento do seu índice glicêmico, por meio de várias medidas ao longo do dia e da realização de exames sanguíneos periódicos, solicitados pelo obstetra.
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Como prevenir o diabetes gestacional?
Para ajudar na prevenção da ocorrência do diabetes gestacional é fundamental a adoção de medidas saudáveis antes mesmo da gravidez. Nesse sentido, é preciso que a mulher pratique atividades físicas regularmente, invista em uma dieta equilibrada, evitando a obesidade ou o sobrepeso. Além disso, ela deve fazer um check-up médico periódico, o qual inclui a avaliação regular dos níveis de glicose sanguínea.
Viu só como o diabetes gestacional é um distúrbio grave, que pode colocar a vida da gestante e a do bebê em risco? Por esse motivo, não deixe de fazer o seu acompanhamento pré-natal e esteja sempre atenta a qualquer sinal do seu corpo.
Categorias: Gravidez , Saúde na gravidez
Tags: diabetes diabetes gestacional saúde do bebê saúde na gravidez,
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