Durante a gravidez, a mulher precisa se submeter a uma série de restrições para garantir o bem-estar da criança em desenvolvimento. Bebidas alcoólicas, cigarro, procedimentos estéticos e certos tipos de medicamentos são algumas das coisas que podem colocar em risco a saúde do bebê, sendo completamente proibidas durante a gestação. Existem outras substâncias, no entanto, cujo uso geram dúvidas entre as mães e entre os médicos. A tinta de cabelo é uma delas. Afinal, será que esse produto aparentemente inofensivo realmente causa mal ao bebê ainda dentro do útero? Quais problemas poderiam ocorrer? É verdade que a grávida pode pintar o cabelo após os primeiros meses de gestação?
O que dizem as pesquisas sobre o tema? Vamos responder a essas e outras perguntas aqui no post. Confira!
Como a tinta de cabelo pode prejudicar a gravidez?
Para ter um efeito duradouro e eficiente sobre os fios, muitos produtos capilares possuem substâncias químicas fortes, com potencial de serem absorvidas pelo couro cabeludo e atingirem a corrente sanguínea.
Uma vez no sangue, essas substâncias poderiam atravessar a placenta e alcançar o feto, provocando alterações no seu desenvolvimento.
Esse é o caso das tintas para cabelo mais tradicionais, dos relaxantes e dos alisantes, que são ricos em amônia, benzeno ou formol e são aplicados tanto na raiz quanto ao longo dos fios.
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Quais problemas seriam provocados?
Geralmente, as tintas de cabelo são associadas a um risco aumentado de desenvolvimento de neuroblastoma no bebê, um tipo de câncer mais comum em crianças e que afeta o sistema nervoso central.
O grande problema é que essa relação só foi descrita em um único estudo e ainda não foi comprovada por outras pesquisas, ou seja, não é ainda uma relação confiável.
Apesar disso, acredita-se que a amônia e outras substâncias químicas presentes em produtos para cabelo são capazes de provocar alterações no desenvolvimento de diversas partes do organismo fetal — pelo menos em teoria e em pesquisas realizadas dentro do laboratório. Porém, não há comprovações científicas desta relação in vivo na prática clínica até o momento.
Existe um número de aplicações que seja seguro?
Infelizmente, devido à falta de pesquisas sobre o tema, não existe uma regra que determine com convicção quantas aplicações seriam seguras ou quais produtos seriam mais recomendados para as gestantes.
Por isso, todas as recomendações atuais são baseadas no conhecimento teórico dos cientistas sobre as substâncias presentes nos mais diversos tipos de tintas e nos danos que elas podem provocar em células ou animais de laboratório.
Por que essas pesquisas ainda não foram feitas?
Pesquisas que envolvem gestantes e crianças são, muitas vezes, proibidas pelos conselhos de ética médica devido ao potencial de dano à saúde da mãe e/ou do bebê. Tal medida é completamente compreensível, já que o ganho em conhecimento científico não justificaria provocar o nascimento de crianças com malformações.
Atualmente, é impossível realizar uma pesquisa em grande escala que teste os efeitos de diversos tipos e quantidades de tinta de cabelo em gestantes. Sendo assim, o mais provável é que essa dúvida se mantenha pelos próximos anos.
O máximo que pode ser feito hoje em dia é a observação da gestação e do nascimento dos bebês de mães que fizeram uso de tintas para cabelos, para que qualquer intercorrência ou alteração seja detectada e relatada em artigos científicos.
Há relato de alguma malformação provocada por tinta de cabelo?
De acordo com a Organização de Serviços de Informação sobre Teratologia (OTIS), não há relatos de malformações ou quaisquer alterações fetais provocadas pela tintura de cabelo.
No entanto, muitos médicos ressaltam que é preciso interpretar esses dados com cautela, já que as pesquisas sobre o tema são limitadas e o uso de tinta de cabelo pela mãe nem sempre é questionado quando o bebê apresenta alguma doença congênita.
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O que os médicos recomendam?
Depende do profissional. Alguns médicos dizem que, se a tinta não possuir substâncias químicas tóxicas para o bebê, o seu uso está liberado durante toda a gravidez — desde que sejam respeitados os cuidados habituais no momento da aplicação.
Outros médicos já indicam que as tintas sejam usadas apenas a partir do quarto mês ou da metade da gravidez, para evitar a exposição do feto a substâncias químicas durante a época de formação dos órgãos.
Os profissionais mais conservadores, contudo, defendem que todas os tipos de tintas e produtos químicos para cabelos devem ser proibidos durante toda a gestação e que cabe à mulher priorizar o bem-estar do bebê, devido ao potencial de risco dessas substâncias.
Existe algum produto que seja 100% seguro?
Não há como garantir a segurança completa de qualquer produto, já que não é possível realizar testes em humanos com essas substâncias. No entanto, não há dúvidas de que tintas com amônia ou outras substâncias químicas seriam consideradas as mais perigosas.
Por isso, caso esteja pensando em pintar o cabelo, o ideal é levar a tinta durante a consulta de pré-natal e pedir que o médico analise a composição do produto e dê o aval final.
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Afinal, grávida pode pintar o cabelo?
Não existe uma resposta definitiva para essa pergunta. O ideal é que cada mulher pesquise sobre o tema, converse com o obstetra e com o cabeleireiro, avalie suas opções e tome uma decisão individualizada.
Para as gestantes com mais de 40 anos que querem cobrir os fios brancos ou aquelas que não abrem mão dos fios tingidos mesmo durante a gravidez, o ideal é seguir alguns cuidados especiais para reduzir o risco da tinta ser absorvida pelo organismo e afetar o desenvolvimento da criança.
Esses cuidados são:
- utilizar tintas tonalizantes sem amônia;
- utilizar tintas à base de produtos naturais, como henna ou colorações vegetais;
- evitar o contato da tinta com a raiz dos fios;
- tingir o cabelo apenas após o primeiro trimestre de gravidez;
- preferir a realização de luzes ou mechas com o uso de touca em vez da pintura tradicional;
- optar por looks que envolvam a pintura das pontas dos fios, protegendo as raízes e o couro cabeludo;
- realizar a aplicação da tinta no salão de beleza, sob cuidados de profissionais da área;
- evitar o contato da tinta com a pele;
- não permitir que a gestante prepare nem aplique a tintura;
- evitar a inalação dos vapores químicos da tinta;
- realizar a aplicação da tinta em um ambiente arejado e ventilado;
- seguir as instruções do fabricante durante a aplicação;
- nunca ultrapassar o tempo máximo de aplicação da tinta;
- enxaguar bem o cabelo após a aplicação para retirar o produto completamente.
E então, ficou mais fácil entender se grávida pode pintar o cabelo? Caso tenha gostado das dicas, assine a nossa newsletter e desvende outros mistérios da gravidez nas próximas postagens!
Categorias: Curiosidades da gravidez , Gravidez
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