Durante toda a gestação, o bebê se movimenta no útero, dá cambalhotas, estica pernas e braços. Na medida em que se aproxima a data do nascimento e o espaço se torna mais apertado, o pequeno tende a ficar mais tempo em uma única posição, também se preparando para nascer. A posição do bebê na barriga durante o trabalho de parto pode influenciar no tipo de procedimento que será mais indicado: normal ou cesárea.
A maioria dos bebês vira de cabeça para baixo após a 36ª semana de gestação, mas isso não significa que essa acomodação se manterá até o final. Da mesma forma, um bebê que está em outra posição, sentado ou na transversal, por exemplo, pode se virar ou não antes do início do trabalho de parto.
Neste artigo, vamos falar sobre as posições mais comuns que os bebês assumem no final da gravidez e como elas influenciam na hora de dar à luz.
Boa leitura!
Posição cefálica
Esse arranjo é o mais comum e o que mais favorece o parto normal. O bebê está virado para baixo, com a cabeça em direção ao canal de parto. A posição cefálica pode ser fletida ou defletida de 1º, 2º ou 3º grau.
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Posição cefálica fletida
É a ideal para o parto normal. O rosto do bebê está virado para baixo e ligeiramente para o lado, com uma pequena porção da cabeça já no canal de parto, facilitando o coroamento e a passagem pelos ossos da bacia em direção ao canal vaginal.
Posição cefálica defletida
Nessa posição, o rosto do bebê está virado parcial ou totalmente para cima, em direção ao abdômen da mamãe. Nesses casos, o parto normal é dificultado, pois, a criança não consegue passar a cabecinha pelo osso púbico materno. Muitos bebês viram o rosto na hora do nascimento e nascem de parto normal sem problemas, apesar de o processo ser mais demorado.
Para ajudar o pequeno a se virar, o obstetra pode pedir para que a mamãe se movimente e mude de posição. Outra alternativa é tentar virar a cabecinha do bebê por meio do exame de toque ou com o uso de fórceps ou ventosa.
Nas deflações de 1º e 3º graus, é possível ter um parto vaginal, embora a deflação de 3º grau seja rara e exija que o obstetra tenha muita experiência para evitar complicações.
Na deflação de 2º grau, o parto normal não é viável e é preciso fazer uma cesárea (rara 1:1000 partos).
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Posição pélvica
Essa é famosa posição do “bebê sentado”. Durante muito tempo, ela preocupou as mães, sendo vista como sinal de complicação e uma inevitável cesariana. Mas não é bem assim. Durante o trabalho de parto, o bebê pode ser estimulado a se virar para a posição cefálica ou pode nascer sentado mesmo. Nesse caso, o parto é mais difícil, mas não é inviável para todas as gestações. O bumbum ou os pés da criança podem sair primeiro, sem que isso traga complicações. Em pacientes primíparas (primeiro parto), o parto vaginal na posição pélvica está contra indicado, já que a circunferência da cabeça que é a maior parte do bebê passará por último, e não seria possível ter a certeza que se tem espaço para tal passagem.
A equipe obstétrica que acompanha a gestante e monitora o bebê, durante o trabalho de parto, deve estar capacitada para orientar a mulher e indicar a cesárea quando necessário.
Posição transversal
Nesse caso, o bebê fica atravessado na barriga da mamãe, no sentido horizontal, podendo estar com os ombros no canal de parto ou os pés e as mãos viradas para ele. É raro que a criança permaneça nessa acomodação poucos dias antes do parto, mas, quando isso acontece, o obstetra pode tentar virá-la para a posição cefálica, mas é muito raro de acontecer, e apresenta outros riscos importantes. Se não for possível fazer isso e o bebê estiver na posição transversal durante o trabalho de parto, será preciso fazer uma cesárea.
Posição de gêmeos
Se ambos os bebês estiverem na posição cefálica, o parto normal fica mais fácil. Quando o gêmeo mais próximo do canal de parto está na posição cefálica, ele nasce primeiro e, mesmo que o irmão esteja sentado, o obstetra pode tentar virá-lo ou, então, o nascimento pode ocorrer com o bumbum chegando primeiro mesmo. Porém, se o gêmeo localizado mais embaixo estiver com a cabeça para cima ou ambos os bebês estiverem sentados, a indicação é fazer uma cesariana, pois, dificilmente haverá espaço para que eles se virem durante o trabalho de parto.
Por que alguns bebês não assumem a posição cefálica?
Embora essa acomodação seja a mais comum e confortável para os pequenos, especialmente nas últimas semanas da gestação, quando o espaço uterino já está bem apertado, alguns bebês não viram de cabeça para baixo. Por causa disso, muitas mamães se preocupam quanto à possibilidade de fazer um parto normal ou ter complicações durante o nascimento dos filhos.
Algumas ocorrências na gestação e com a saúde da mãe e do bebê podem dificultar esse movimento. Por isso, é muito importante que toda gestante faça corretamente o pré-natal, para que o obstetra identifique o quanto antes problemas que possam indicar a necessidade de intervenções prévias ao nascimento.
Entre as ocorrências que podem dificultar a posição cefálica, estão:
- nível baixo de líquido amniótico, atrapalhando a movimentação do bebê;
- cordão umbilical muito curto;
- primeiras gestações;
- problemas fetais, como anencefalia e hidrocefalia;
- lesões no útero, como miomas e tumores, que reduzem o espaço para a movimentação do bebê.
Quando a cesárea é obrigatória?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, apenas 15% dos partos têm indicação obrigatória para uma cesariana. Apesar disso, no Brasil, mais de 55% dos nascimentos são por cesárea. A contraindicação para esse procedimento, quando não há recomendação clínica, é que ele se trata de uma cirurgia e pode trazer complicações para a gestante e o bebê, além de prolongar o tempo de recuperação materna.
No entanto, por mais que o parto normal seja o mais recomendado para a maioria das mulheres, em algumas situações, fazer uma cesárea é indispensável para a saúde da mãe e da criança. As cesarianas são principalmente indicadas quando:
- o bebê está na transversal e não se vira até a hora do parto;
- há descolamento prematuro da placenta;
- o cordão umbilical passa pelo canal do parto antes do bebê;
- a mãe sofre de doenças cardíacas que impedem o parto normal;
- a mãe é portadora de HIV e apresenta alta carga viral;
- há ocorrência de pré-eclâmpsia e outras complicações que coloquem em risco a vida da mulher;
- a mãe é hipertensa — casos de pressão alta materna precisam ser avaliados caso a caso; há mulheres com hipertensão que conseguem fazer parto normal sem complicações;
- há problemas na placenta que reduzem a oxigenação e o recebimento de nutrientes pelo bebê;
- sofrimento fetal durante o trabalho de parto;
- sofrimento fetal crônico (alterações diagnosticadas durante o pré natal, como por exemplo, crescimento intra uterino restrito);
- há desproporção céfalo-pélvica (ou não há espaço para a cabeça do bebê se insinuar na bacia ou esta se encaixou de maneira errônea não permitindo a descida do bebê através do canal de parto);
- apresentação pélvica em primíparas (primeiro parto com bebê sentado);
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É importante dizer que a escolha do tipo de parto deve ser feita pela gestante em conjunto com seu médico obstetra, que vai orientá-la sobre as condições clínicas e as da criança. Seja qual for a posição do bebê na barriga, o mais importante é que você receba todas as informações necessárias para se sentir confiante na sua decisão e ter um parto seguro e o mais tranquilo possível, curtindo ao máximo a chegada do seu recém-nascido.
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Categorias: Gravidez , Tipos de parto / Pós parto
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