Para entender melhor o conceito de células-tronco, é necessário levar em consideração que o corpo humano é composto de milhares de células e que várias delas têm funções específicas — por exemplo os neurônios, que são células do sistema nervoso, com funções diferentes das células que compõem o coração. Pode-se dizer, então, que essas células, que apresentam ações específicas, são diferenciadas.
No entanto, existem células que apresentam a capacidade de se transformar em outros tipos de célula, as chamadas células-tronco . Esse potencial tem sido explorado no desenvolvimento de tratamentos para diferentes tipos de doenças. Confira agora, no nosso post, como são usadas células-tronco no tratamento de doenças no sangue.
O potencial terapêutico das células-tronco
Como comentado, as células-tronco são células não-diferenciadas e não-especializadas, que apresentam a capacidade de originar diferentes linhagens celulares. Além disso, uma célula-tronco tem o potencial de se multiplicar indefinidamente sem perder suas características.
É essa capacidade de autorrenovação e divisão constantes que é essencial para a reparação de tecidos danificados ou para a substituição de células que vão morrendo, tornando-se, então, a peça-chave no tratamento de várias doenças.
Dentre os vários tipos de células-tronco conhecidos, as que dão origem ao sangue e à medula óssea — conhecidas como células-tronco hematopoéticas — também produzem diferentes tipos de células especializadas que são encontradas no sangue, como as células vermelhas, os muitos tipos de glóbulos brancos necessários pelo sistema imunológico do corpo e as plaquetas.
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As células-tronco no tratamento de doenças no sangue
As células-tronco hematopoéticas precisam produzir um certo número de cada tipo de célula sanguínea para manter o corpo funcionando. Quando ocorre alguma falha nesse processo, o resultado pode ser uma doença no sangue como a leucemia ou a anemia.
Vamos comentar agora sobre algumas doenças no sangue cujo tratamento pode ser feito com a utilização de células-tronco.
Leucemias
Leucemia é o termo geralmente utilizado para representar o câncer dos leucócitos, ou seja, as células brancas do sangue, cuja causa exata ainda é desconhecida. Existem várias classificações diferentes de leucemias, com uma série de sintomas como cansaço, febre, sangramentos, alto risco de contrair infecções, dentre outros, e que podem evoluir de forma aguda e levar à morte.
O diagnóstico normalmente é feito por meio de exames de sangue ou da medula óssea. De modo geral, o tratamento das leucemias é feito inicialmente com quimioterapia. Dependendo do tipo de leucemia e protocolo seguido pela equipe médica, o paciente também pode precisar ser submetido a um transplante de medula óssea.
Talassemias
Talassemia é uma doença hereditária caracterizada pela redução na produção de uma das cadeias de globina (proteína das células vermelhas), que são responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo sangue, e que resultam nos sintomas característicos da anemia: fadiga, fraqueza, crescimento lento, dentre outros.
Casos leves e moderados da doença não requerem um tratamento específico. Porém, em casos mais graves, podem ser necessárias múltiplas transfusões de sangue e, em alguns casos, a melhor opção terapêutica pode ser o transplante de medula óssea.
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Doenças metabólicas
São doenças caracterizadas por deficiências enzimáticas e têm um caráter degenerativo e progressivo, uma vez que levam ao acúmulo de substâncias nos tecidos do corpo. Alguns exemplos dessas doenças são a adrenoleucodistrofia, a Doença de Wolman, a Doença de Tay-Sachs, Doença de Austin, mucopolissacaridoses e fucosidose.
Pelo fato dessas doenças serem progressivas e degenerativas, muitas delas não têm cura e, mesmo que não haja um tratamento específico, a utilização de células-tronco têm mostrado resultados promissores no alívio dos sintomas.
Neuroblastoma
O neuroblastoma é um câncer pouco diferenciado, que cresce a partir de células nervosas em várias partes do corpo, e é um dos mais comuns na infância.
O tratamento dessa enfermidade pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia, porém, muitas vezes, o tratamento pode levar à destruição da medula óssea como efeito colateral. À vista disso, essas células precisam ser repostas e essa reposição pode ser feita por meio do transplante de células-tronco, utilizando como fonte de células o cordão umbilical da própria criança.
Assista ao vídeo a seguir e entenda um pouco mais sobre as doenças que podem ser tratadas com células-tronco do cordão do cordão, além de outras que estão em estudo.
Anemias sideroblásticas e falciforme
As anemias sideroblásticas são caracterizadas por uma falha na incorporação da molécula de ferro à hemoglobina devido a alguma doença na medula óssea. Esse quadro pode ocorrer desde o nascimento da criança ou mesmo ser adquirido na vida adulta.
Já a anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada por uma malformação da hemácia — que apresenta forma de foice.
Os sintomas das anemias são variados, podendo ser cansaço, dificuldades para respirar, fraqueza, crescimento lento. Os casos leves e moderados de ambas as doenças podem ser manejados com medicamentos e mudanças nos hábitos de vida. Porém, os casos mais graves requerem o transplante de medula óssea como a única forma de tratar a doença atualmente.
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Os riscos e cuidados associados ao transplante de células-tronco
O transplante de células-tronco no tratamento de doenças no sangue é uma prática comum na medicina, mas é também um procedimento que contém riscos .
Como as células brancas do paciente foram destruídas ou tiveram a quantidade reduzida pela quimioterapia ou pela radioterapia, o paciente corre um risco muito alto de contrair alguma infecção nas semanas seguintes ao transplante, até que as células transplantadas possam produzir número suficiente de células brancas e garantir a imunidade.
Além disso, nos casos em que o paciente recebe a medula óssea de um doador, essa pode produzir células que atacam o tecido do próprio paciente, levando ao quadro de doença do enxerto contra o hospedeiro.
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As células-tronco do cordão umbilical
O cordão umbilical é muito rico em células-tronco adultas em sua fase mais primitiva, quando há maior capacidade de formação de outras células e, por isso, um amplo potencial de aplicações terapêuticas. As células-tronco encontradas no cordão umbilical podem ser extraídas tanto do sangue, quanto do tecido do cordão. Apesar de diferentes, ambas ainda não sofreram exposição a vírus, bactérias ou ao meio ambiente, o que traz importantes benefícios terapêuticos.
As células-tronco do sangue do cordão vêm sendo utilizadas há mais de 25 anos no tratamento de doenças hematológicas, do metabolismo e hereditárias. Estas células também são pesquisadas para fazer coisas incríveis na área da medicina regenerativa, como o tratamento de paralisia cerebral, autismo, diabetes e outras doenças ainda sem cura atualmente.
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Grandes centros de pesquisa de vários países também estudam o uso terapêutico das células do tecido do tecido do cordão para o tratamento de doenças neurológicas, pulmonares, cardiológicas, e em outras áreas como problemas ortopédicos, doenças autoimunes, entre outras. O que parecia não ser possível há alguns anos é, hoje, uma esperança concreta na medicina regenerativa no mundo.
Esse material valioso só pode ser coletado no momento do parto. Normalmente, o cordão umbilical é descartado após o parto, quando as células ali presentes poderiam ser coletadas, armazenadas e utilizadas para tratar diversas doenças. Mas muitas famílias ainda desconhecem o valor desse material.
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Categorias: Células-Tronco
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