Parto cesariana: saiba como é feito e em que situações ele é indicado

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país no qual é realizada a maior quantidade de parto cesariana do mundo inteiro. Os dados indicam que a taxa pulou de 52,3% para 55% entre 2010 e 2014.
Nos serviços privados e públicos, os números chegam a 84,6% e 40%, respectivamente, do total de partos realizados, mas a recomendação é que a taxa fique sempre em torno de 10-15%.
Ainda assim, a OMS declarou que a cesárea é eficiente para salvar a vida da mãe e de seu filho, desde que tenha boa indicação e seja feita em ambiente adequado e seguro. Para ajudar a esclarecer melhor o assunto, trouxemos informações valiosas sobre esse tipo de parto, além de suas indicações. Acompanhe a leitura e descubra!
O parto cesariana consiste basicamente na condução de uma cirurgia pélvica para a retirada do bebê. Assim, ele não nasce pelo canal vaginal, como acontece no parto normal, mas pela abertura cirúrgica feita no abdômen da mãe. Entenda agora como ele é realizado.
Como em qualquer outra cirurgia, antes da realização da cesárea é preciso que a mulher faça um jejum de alimentos sólidos para evitar o surgimento de náuseas durante o procedimento. Também é necessária a retirada de todos os pelos — tricotomia — do local onde será feita a incisão, a fim de evitar contaminações ou infecções.
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O parto cesariana acontece em um bloco cirúrgico sob utilização de anestesia, a qual é aplicada na região lombar, entre duas vértebras da coluna espinhal.
Existem três opções de anestesia — raquidiana, peridural ou duplo bloqueio —, que deve ser escolhida de acordo com o quadro clínico da gestante e do bebê. Todas elas permitem que a grávida permaneça acordada do início até o fim do parto. Dessa forma, ela pode presenciar o momento de nascimento do seu filho.
Assim que iniciado o efeito da anestesia, o obstetra faz um corte transversal de aproximadamente 10 cm de comprimento na pele, no músculo e nos outros tecidos que se localizam na região do baixo ventre.
Depois, é realizada uma nova incisão, mas, dessa vez, na parede do útero, a fim de se ter acesso aos anexos embrionários — placenta, cordão umbilical e bolsa amniótica — e ao bebê.
Após o corte da bolsa, a criança é retirada e avaliada em relação à oxigenação. O cordão umbilical é cortado e o recém-nascido é examinado por um médico neonatologista. Em seguida, a mãe é apresentada ao seu filho. Enquanto isso, o obstetra retira a placenta — dequitação — e faz a sutura do útero e da pele.
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Após o parto cesariana, em alguns hospitais, a mulher vai para uma sala de observação, e em outros vai diretamente para o quarto ou enfermaria. Por sua vez, o bebê vai para um berçário, onde será identificado e colocado em uma incubadora ou leito aquecido. Depois, ele é levado para a mãe para que seja amamentado.
No pós-operatório, é necessário adotar alguns cuidados, incluindo:
Ao planejar o nascimento de uma criança, é comum que a mãe priorize o método de parto que seja o mais seguro possível, tanto para ela mesma, quanto para o bebê.
Apesar de a cesariana não ser a opção normalmente recomendada às gestantes, essa alternativa ainda pode proporcionar algumas vantagens e, até mesmo, comodidades antes, durante e após a mulher dar à luz. Quer saber quais são elas? Veja a seguir.
Uma das grandes vantagens do parto cesariana está na possibilidade de escolher a data do nascimento do bebê. Ou seja: imagine que há grandes chances do nascimento do seu filho ser em épocas conturbadas do calendário, como é o Natal ou Ano-Novo.
Nesse caso, é possível programar o parto para que seja realizado antes ou depois do período. Há ainda a possibilidade de agendar o parto conforme os dias e horários mais convenientes para o médico e para a paciente, oferecendo, assim, mais comodidade e tranquilidade para toda a família.
Outra grande vantagem da cesariana está no tempo de duração do procedimento. Diferentemente do parto normal, que pode contar com até 15 horas de trabalho de parto, a cesárea tende a ser muito mais rápida. Em geral, a cirurgia apresenta duração que pode variar de 30 minutos a 1 hora.
Por ser mais longo e demorado, o parto normal costuma intensificar a sensação de ansiedade e estresse para a mãe. Isso faz com que muitas mulheres fiquem estressadas no período pós-parto, desencadeando uma série de problemas emocionais.
Dentre as complicações mais constantes causadas pelo estresse, podemos destacar: irritabilidade, tristeza e choro fácil. Optando pela cesárea, as chances do surgimento desses sintomas diminuem e a mulher fica menos exausta ao dar à luz.
Como podemos notar até aqui, o parto cesariana proporciona uma série de benefícios para a mãe. Por outro lado, nem tudo são flores e esse método também conta com alguns riscos e possíveis complicações, conforme mostraremos a seguir.
Para controlar o problema, o médico receita o uso de antibióticos por via intravenosa. Em alguns casos e, para evitar esse tipo de complicação, existe a possibilidade de que o especialista prescreva o medicamento pouco antes da cirurgia. Esse cuidado é ideal para prevenir o surgimento de infecções do útero e outras áreas próximas.
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A cesariana é um procedimento cirúrgico e, por essa razão, pode acarretar algumas complicações para a mãe, como hemorragias (sangramento excessivo) e infecções. As infecções pós-parto são causadas por bactérias que se manifestam no útero e podem causar dor abdominal, secreções, febre, palidez, perda de apetite, dor de cabeça e desconforto.
Após o parto cesárea, a paciente deverá ter muito cuidado e seguir uma série de restrições — muito maiores do que acontece no pós-parto normal. Lembre-se: a cesariana é um método invasivo e, portanto, o tempo de recuperação é mais lento e doloroso.
O recomendado é permanecer na cama por algumas horas, já que, assim que o efeito da anestesia diminuir, é possível sentir um certo desconforto ao tossir ou espirrar.
Durante o período, a mulher precisará de ajuda para tomar banho e, nas primeiras horas, é possível que ainda haja uma sonda para urinar — que é retirada assim que a paciente se levanta da cama para caminhar ou ir ao banheiro.
As mulheres que passam pela cesariana podem ficar internadas no hospital por até três dias, até o médico constatar que o intestino está funcionando bem e não há sinais de infecções ou outras complicações. Já o repouso em casa deve ser mantido por, no mínimo, 15 dias.
Assim como toda e qualquer cirurgia, a cicatrização da incisão da cesariana é demorada e requer cuidados especiais.
Como a barriga da gestante é aberta até alcançar o útero, os pontos são retirados apenas entre o sétimo ou décimo dia após o parto. Ainda assim, é preciso que a mulher mantenha os cuidados de higiene e evite carregar peso ou praticar atividades intensas.
A cicatrização total do abdômen acontece, aproximadamente, sete dias após a remoção dos pontos. Caso as feridas não cicatrizem completamente, há chances de que se formem abcessos, que podem causar pus e devem ser drenados cirurgicamente.
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A cesariana deve ser feita apenas nos casos em que o parto normal oferece risco para a saúde da gestante e do bebê.
Isso ocorre porque a cesárea é uma cirurgia e, como tal, tem diversos riscos intrínsecos que podem expor a mãe e a criança a complicações — como infecções, intercorrências hemorrágicas ou aquelas inerentes ao uso da anestesia.
Além disso, a recuperação é significativamente mais demorada e dolorosa e requer maior tempo de internação hospitalar.
Por sua vez, o parto normal proporciona maior vínculo inicial entre a mãe e o seu filho e pode facilitar a amamentação, já que o leite desce um pouco mais rapidamente, sendo também a forma mais natural de dar à luz.
Diferentes são as situações que podem fazer da cesárea uma opção mais segura, sendo que elas podem estar ligadas a problemas maternos ou relacionados à gravidez ou ao bebê.
Conheça algumas:
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A necessidade de realização da cesárea deve ser avaliada tanto durante o acompanhamento pré-natal quanto no trabalho de parto. Nem todas as indicações são absolutas; a situação clínica e o bem-estar da mulher e do filho sempre devem ser avaliados.
Diversos fatores devem ser analisados nessa escolha, e o obstetra deve deixar evidentes todas as vantagens e desvantagens, além dos riscos e benefícios de cada tipo de parto. Portanto, a escolha deve ser uma decisão conjunta, tendo-se em mente que a saúde deve estar em primeiro lugar.
Ficou claro que o parto cesariana deve ser indicado em situações que colocam a vida da mãe, do bebê ou de ambos em risco? Se você ainda tem alguma dúvida sobre o assunto, confira também o nosso post e descubra os tipos de parto e qual é o ideal para o seu caso!
Categorias: Gravidez , Tipos de parto / Pós parto
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