O sarampo é uma doença viral grave, de alto contágio, que acomete principalmente as crianças menores de 5 anos, e já foi uma das principais causas de morte na primeira infância em todo o mundo. Apesar dos pequenos sofrerem mais com a doença, adultos também podem contrair o vírus e o sarampo na gravidez é especialmente grave, pois, pode trazer riscos para a gestante e também para a saúde do bebê.
Por isso, é essencial que as gestantes, especialmente as que não receberam vacina contra o sarampo ou não sabem se estão imunizadas, tenham um cuidado especial para evitar o contágio.
Neste artigo trazemos algumas informações sobre o sarampo, os riscos da doença na gravidez, suas causas, sintomas e tratamentos, além de dicas de prevenção.
Confira!
Como o sarampo circula no Brasil e no mundo?
Em 2016 a América do Sul, América do Norte e América Central receberam do Comitê Internacional de Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Durante 3 anos — de 2015 a 2018 — o Brasil não registrou nenhum caso interno da doença. Em fevereiro deste ano, no entanto, o país voltou a registrar casos, acendendo o alerta de médicos e autoridades de saúde pública.
Os primeiros surtos ocorreram na Amazônia e em Roraima, regiões que receberam um fluxo intenso de imigrantes vindos da Venezuela, país que vem registrando surtos em quase todo o seu território. De acordo com o boletim epidemiológico nº 22 do Ministério da Saúde, em Roraima foram confirmados quase 300 casos da doença e mais de mil casos foram confirmados no Amazonas. Alguns estados registraram casos isolados, como Rondônia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul e outros notificaram casos suspeitos, como Minas Gerais.
O registro de casos da doença nas Américas fez a Organização Mundial de Saúde lançar um alerta de retorno do vírus em 11 países da região, incluindo o Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos e México. Em 2017, a Europa registrou 21 mil casos de sarampo, com 35 mortes, mostrando que o vírus tem circulado com força e muito mais rápido do que no passado, devido à maior facilidade de deslocamento da população e à baixa cobertura vacinal.
Quais são os sintomas de sarampo na gravidez?
O início do sarampo pode ser confundido com uma gripe ou outra doença viral, causando febre acima de 38°C, com uma tosse seca e persistente. Pode aparecer dor de garganta e dores musculares, acompanhadas de cansaço excessivo. Em seguida, surgem manchas vermelhas na pele que, geralmente, aparecem primeiro no rosto, se espalhando pelo corpo em direção aos pés.
As manchas do sarampo não causam coceira, como é comum em outras doenças, como a dengue ou a rubéola, e permanecem por no mínimo três dias. Algumas gestantes também podem apresentar lesões dolorosas na boca e conjuntivite ou vermelhidão nos olhos.
Quais são os riscos do sarampo na gravidez?
Devido à queda natural da imunidade durante a gestação, as grávidas são mais suscetíveis a terem complicações em um contágio de sarampo. Os principais riscos são:
- acometimento do sistema nervoso central;
- infecções secundárias, como pneumonia e obstrução das vias aéreas;
- parto prematuro;
- risco aumentado de aborto espontâneo.
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Como o sarampo é transmitido?
O sarampo é altamente contagioso porque se espalha principalmente pelo ar, por meio das gotículas da saliva e secreções liberadas na tosse, espirro e até mesmo na fala. Uma pessoa doente pode transmitir a doença a partir dos quatro dias que antecedem o aparecimento das manchas na pele até sua completa cura.
Um agravante é que o vírus permanece vivo nas superfícies por até duas horas, por isso, é imprescindível que as gestantes mantenham uma higiene rigorosa das mãos, especialmente aquelas que estão em áreas de surtos, para reduzir os riscos de contágio.
Como prevenir uma contaminação por sarampo?
A principal forma de prevenção contra o sarampo é a vacinação. No entanto, outros cuidados de higiene e manuseio de objetos podem ajudar as grávidas a se prevenirem:
- evitar o contato com pessoas que venham de outros países, especialmente aqueles que registraram casos recentes da doença — nem todos os países vacinam sua população em massa, como ocorre no Brasil;
- lavar frequentemente as mãos usando álcool em gel 70% — o que também ajuda na prevenção de outras doenças, como a gripe;
- não ter contato com pessoas doentes;
- evitar coçar os olhos e levar a mão à boca e ao nariz.
Como tratar o sarampo na gravidez?
Como em qualquer outra ocorrência na saúde da gestante, o tratamento do sarampo deve ser acompanhado pelo médico obstetra, para que ele avalie a melhor forma de tratar os sintomas sem comprometer a saúde do bebê e o andamento da gestação. Geralmente, o mais indicado para tratar a febre e as dores é o paracetamol, que só deve ser tomado com indicação médica.
Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de um soro com anticorpos contra o sarampo. Esse medicamento ajuda o corpo a combater a doença e não representa riscos para a grávida ou para o bebê. Mas é sempre importante frisar: só pode ser usado com prescrição médica.
É possível baixar a febre e reduzir os desconfortos dos sintomas sem o uso de remédios, com algumas medidas simples:
- tomar banho morno ou frio;
- evitar locais quentes e o excesso de roupas;
- usar roupas de algodão, como um moletom — elas ajudam a pele a transpirar melhor e a regular a temperatura corporal;
- não se cobrir com edredons e cobertas pesadas, apesar da sensação de frio que a febre pode trazer;
- se manter bem hidratada;
- fazer compressas de água fria na testa;
- ficar em repouso — a febre acelera os batimentos cardíacos e pode aumentar a sensação de cansaço.
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Grávida pode tomar vacina contra o sarampo?
Não. A vacina anti-sarampo e a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) são contraindicadas para gestantes, pois são produzidas com o vírus atenuado ou seja, vivo. Como a gestação baixa a imunidade da mulher, deixando seu sistema imunológico mais frágil, se for vacinada ela pode contrair a doença ou desenvolver complicações.
O recomendado é que a mulher que esteja planejando uma gravidez verifique se já recebeu as doses indicadas da vacina contra o sarampo. Se não estiver imunizada, ela deve ser vacinada antes da gravidez, podendo tomar apenas a vacina contra o sarampo ou a tríplice viral, que é a mais recomendada, pois, protege também contra a rubéola, uma doença que, se contraída durante a gravidez pode causar malformações no feto.
A vacina tríplice viral é disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adultos. Mulheres que tiveram a doença na infância estão imunizadas e não correm risco de contrair a doença novamente.
Se você não tem certeza se foi vacinada e não tem o cartão de vacinação para verificar, o melhor é ficar longe de qualquer pessoa que apresente sintomas de sarampo. Evite também o contato com estrangeiros, especialmente em momentos de surtos, para evitar contrair sarampo na gravidez.
O ideal é que o esquema vacinal da gestante esteja em dia para proteger a sua saúde e a saúde do bebê. Nem todas as vacinas, como a de sarampo, podem ser tomadas pelas grávidas, mas há algumas que são recomendadas e outras indicadas em casos especiais. Quer saber mais sobre vacina para grávidas? Então, leia também o nosso artigo: “Vacinas para gestantes: o que fazer diante da febre amarela?”.
Categorias: Gravidez , Saúde na gravidez
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