Tudo que uma grávida precisa saber sobre o pré-natal

A chegada de um filho é uma montanha-russa emocional. Ao mesmo tempo em que a felicidade parece transbordar para os futuros pais, as preocupações e dúvidas aumentam à medida que a barriga cresce e se aproxima a data do nascimento. Por meio do acompanhamento médico conhecido como pré-natal, é possível não só conferir a saúde da futura mamãe e do bebê, com exames clínicos e laboratoriais, mas também sanar as inseguranças corriqueiras da gravidez.
Mais do que um “vigia” da gestação, o pré-natal auxilia a gestante a manter uma gravidez mais saudável, esclarecendo dúvidas sobre as inevitáveis mudanças no corpo materno, o crescimento e desenvolvimento do bebê, os preparativos para o parto e os cuidados no pós-parto para a mulher e o recém-nascido.
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O pré-natal é o acompanhamento médico-obstétrico indicado para toda gestante. É um cuidado que deve se iniciar ainda antes da concepção e vai até o pós-parto, que é um período de 45 dias após o nascimento do bebê, conhecido como puerpério.
É durante o pré-natal que a nova mãe recebe orientações gerais sobre a gravidez, como o que fazer com possíveis alterações na pele, desconfortos comuns da mudança hormonal, como controlar o ganho de peso com uma alimentação saudável, etc. Além dos primeiros cuidados com o recém-nascido e a importância da amamentação.
Um dos principais objetivos do pré-natal é avaliar a saúde prévia da mulher, conhecer seu histórico médico para prever possíveis complicações que possam acontecer durante a gestação e comprometer a saúde da mãe e do bebê.
É importante, ainda, para acompanhar a evolução da gravidez, fazer diagnósticos precoces de malformações fetais ou doenças congênitas no bebê. E também conferir a saúde da mulher para evitar complicações graves como a pré-eclâmpsia.
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De preferência, o pré-natal deve ser iniciado três meses antes da concepção. Procurar um médico durante esse período é muito benéfico para que a gestação e o parto ocorram da forma mais segura e tranquila.
Um grande benefício de antecipar o pré-natal é já iniciar o uso de ácido fólico, que previne malformações do sistema nervoso central do bebê, como a anencefalia, além de checar as vacinas da gestante (a rubéola principalmente, que causa malformação fetal durante a gestação e a vacina deve ser tomada 3 meses antes da gravidez acontecer)e também, avaliar doenças preexistentes na paciente. Caso não seja possível antecipar as consultas, o pré-natal deve ser iniciado assim que a gravidez for confirmada.
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O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), do Ministério da Saúde, recomenda que devam ser realizadas, no mínimo, seis consultas de pré-natal. Preferencialmente, elas devem ser distribuídas da seguinte forma: uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre.
O mais comum é que logo após a confirmação da gravidez as consultas sejam realizadas mensalmente. O maior número de consultas nos três últimos meses é para avaliar riscos de parto prematuro, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, entre outras intercorrências que podem acontecer nesse período.
A primeira consulta é a mais longa. É nela que será estabelecida a relação médico-paciente. Nessa consulta, o médico analisará toda a vida da gestante, como doenças preexistentes, cirurgias e gestações anteriores, hábitos de vida, alimentação, além de tirar dúvidas e orientá-la sobre como é o processo natural da gestação. Essas informações são muito importantes para tranquilizar a futura mamãe. Por isso, não saia do consultório com dúvidas. Caso se lembre de algo que gostaria de perguntar, anote e pergunte na próxima consulta.
As demais consultas serão individualizadas para cada gestante. Mas em todas elas o médico vai aferir a pressão arterial, conferir o ganho de peso e a altura uterina da mãe e os batimentos cardíacos do bebê.
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Na primeira consulta seu médico vai pedir uma bateria de exames, entre eles: hemograma completo, glicemia de jejum, tipagem sanguínea e determinação do fator Rh, sorologias para hepatite B, Sífilis, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, exame protoparasitológico de fezes, exame de urina e urocultura, colpocitologia oncótica (Papanicolau). Esse último exame pode ser dispensado, se você o tiver feito no último ano e não houver alterações. Também serão feitas ultrassonografias.
Os exames laboratoriais serão novamente solicitados por volta da 28ª semana da gestação, sendo incluído ainda o exame de tolerância à glicose, específico para detectar a diabetes gestacional. Outros exames podem ser solicitados, de acordo com a avaliação do seu obstetra.
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Os exames no pré-natal incluem os obrigatórios e os complementares, realizados de acordo com a indicação médica. Os exames obrigatórios na gestação são:
Alguns exames complementares podem ser solicitados se houver alterações nos exames rotineiros ou ainda se a condição clínica da gestante exigir. São eles:
Em geral são solicitados quatro ultrassonografias ao longo da gestação, podendo ser obstétrica ou morfológica, dependendo da idade gestacional.
O primeiro ultrassom é solicitado logo na primeira consulta. Ele é feito via transvaginal, preferencialmente entre a 7ª e a 8ª semana da gestação, quando já é possível visualizar o saco gestacional e os batimentos cardíacos do embrião.
Seus principais objetivos são confirmar a gravidez, saber se é uma gravidez única ou múltipla (com dois ou mais fetos) e se a gravidez é tópica (o embrião cresce dentro do útero) ou ectópica (o saco gestacional está fora do útero, nas trompas). Nesse segundo caso, geralmente é necessária uma intervenção cirúrgica.
O primeiro ultrassom também é utilizado para precisar o tempo de gravidez e compará-lo à data da última menstruação informada pela mulher. Esses dados são importantes para determinar a data prevista para o parto — definida ao fim de 40 semanas, embora a gestação possa se estender até a 42ª semana.
A segunda ultrassonografia deve ser feita, preferencialmente, entre a 11ª e a 14ª semanas de gestação. Ela é chamada de ultrassom com translucência nucal e seu principal objetivo é avaliar algumas estruturas fetais, em especial um líquido que fica na região da nuca. O volume aumentado desse líquido pode ser um indicativo de Síndrome de Down ou outras doenças cromossômicas. É importante seguir o tempo recomendado para a realização do exame porque após a 14ª semana essa estrutura já não é mais visível nas imagens de ultrassom.
Nesse exame, também é verificada a presença do osso nasal e o ducto venoso do bebê, ambas estruturas também são utilizadas para rastreio de malformações fetais. E também é possível ouvir seus batimentos cardíacos e conferir a idade gestacional.
O terceiro ultrassom é o morfológico. Ele é feito entre a 20ª e 24ª semana da gravidez. Nessa etapa é possível enxergar o bebê com mais detalhes, permitindo avaliar se seu crescimento e aparência estão dentro dos padrões de normalidade. Serão avaliados órgãos internos e externos como estruturas cerebrais, coração, rins, pulmões, dedos dos pés e das mãos, etc.
O médico também vai medir o fêmur e a circunferência abdominal e assim, você saberá o tamanho do seu bebê nessa fase! É um exame importante para detectar malformações e também para avaliar se as artérias que levam sangue e nutrientes para o bebê através da placenta estão dentro do esperado. Além disso, é nessa hora que você pode descobrir o sexo do bebê!
Por fim, o quarto ultrassom é feito no final da gestação, após a 35ª semana. É nesse momento que será analisada a posição do bebê no útero: se ele está cefálico (encaixado no canal de parto), pélvico (sentado) ou córmico (de lado). Também será avaliada a localização da placenta, o volume do líquido amniótico — polidrâmnio quando há muito líquido e oligoâmnio, quando há pouco —, o tônus muscular, respiração e movimentação do bebê, etc. Todos esses dados são de extrema importância para o planejamento do parto e para prever e evitar complicações.
Saiba mais sobre esse exame tão importante na saúde da mamãe e do bebê.
A pré-eclâmpsia é uma disfunção dos vasos sanguíneos que pode causar problemas em vários órgãos maternos e também na placenta, dificultando o crescimento do bebê. É uma condição grave que pode acometer até 5% das gestantes e pode levar à morte materna e fetal.
É mais comum a partir da 37ª semana de gravidez, embora possa ocorrer em qualquer momento da gestação, inclusive nas 48 horas após o parto. É de difícil diagnóstico, mas pode ser percebida, principalmente, por quadros de hipertensão arterial e perda de proteína na urina da mulher.
É importante que, sempre que possível, antes de engravidar a mulher esteja com seu calendário vacinal em dia. Isso porque algumas vacinas, algumas importantes para evitar doenças congênitas, são contraindicadas durante a gestação. É o caso, por exemplo, da vacina tríplice viral, que contém o vírus atenuado da rubéola.
Nas vacinas feitas com vírus atenuado, o vírus ainda está vivo, mas com baixo poder de contaminação, o que não traz riscos para as pessoas em geral. No entanto, para os fetos ainda em formação eles são perigosos e podem causar malformações ou mesmo o aborto.
Outras vacinas com essa composição e que as gestantes não devem tomar são: BCG, catapora, poliomielite, caxumba e sarampo.
De acordo com a condição vacinal da gestante algumas vacinas em atraso poderão ser indicadas. No entanto, mesmo essas, só devem ser tomadas após os três primeiros meses da gravidez, para evitar riscos para o bebê.
O histórico vacinal da gestante será avaliado pelo obstetra. Para as que estiverem com o calendário atrasado será preciso tomar as três doses contra a hepatite B e as três doses da vacina dT, contra difteria e tétano.
A vacina contra a Influenza, que oferece proteção contra complicações causadas por vírus da gripe, deve ser tomada por todas as gestantes, mesmo as que estiverem no primeiro trimestre da gravidez. Ela é ofertada durante a campanha anual contra a gripe ou durante todo o anos nas clínicas particulares.
Em 2014, o Ministério da Saúde incluiu no calendário de vacinação da gestante a vacina dTpa, contra difteria, tétano e coqueluche. Essa vacina deve ser tomada entre a 27ª e a 36ª semanas de gestação. A inclusão tem o objetivo de proteger os recém-nascidos contra a coqueluche, já que os anticorpos produzidos pela mãe passam para o bebê.
Os casos de coqueluche cresceram muito nos últimos anos, sendo que 87% deles acometeram bebês menores de seis meses. Nessa idade os pequenos ainda não completaram o esquema vacinal e ficam mais suscetíveis à doença. Por isso, a importância da vacinação da gestante para dar alguma proteção ao recém-nascido.
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A CordVida produz o conteúdo desse blog com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as futuras mães e pais sobre assuntos que rondam o universo da gravidez. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências de outros pais, opiniões médicas e por nosso conhecimento científico de temas relacionados às células-tronco. Os dados e estudos mencionados nos artigos são suportados por referências bibliográficas públicas. A CordVida não tem como objetivo a divulgação de um blog exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com seus médicos e especialistas.