Gravidez

Tudo que uma grávida precisa saber sobre o pré-natal

A chegada de um filho é uma montanha-russa emocional. Ao mesmo tempo em que a felicidade parece transbordar para os futuros pais, as preocupações e dúvidas aumentam à medida que a barriga cresce e se aproxima a data do nascimento. Por meio do acompanhamento médico conhecido como pré-natal, é possível não só conferir a saúde da futura mamãe e do bebê, com exames clínicos e laboratoriais, mas também sanar as inseguranças corriqueiras da gravidez.

Mais do que um “vigia” da gestação, o pré-natal auxilia a gestante a manter uma gravidez mais saudável, esclarecendo dúvidas sobre as inevitáveis mudanças no corpo materno, o crescimento e desenvolvimento do bebê, os preparativos para o parto e os cuidados no pós-parto para a mulher e o recém-nascido.

Saiba mais sobre a importância do pré-natal para sua gestação no vídeo da Dra. Juliana Alzuguir, especialista em ginecologia e obstetrícia e não esqueça de conferir também o nosso post!

O que é o pré-natal?

O pré-natal é o acompanhamento médico-obstétrico indicado para toda gestante. É um cuidado que deve se iniciar ainda antes da concepção e vai até o pós-parto, que é um período de 45 dias após o nascimento do bebê, conhecido como puerpério.

É durante o pré-natal que a nova mãe recebe orientações gerais sobre a gravidez, como o que fazer com possíveis alterações na pele, desconfortos comuns da mudança hormonal, como controlar o ganho de peso com uma alimentação saudável, etc. Além dos primeiros cuidados com o recém-nascido e a importância da amamentação.

Por que fazer o pré-natal?

Um dos principais objetivos do pré-natal é avaliar a saúde prévia da mulher, conhecer seu histórico médico para prever possíveis complicações que possam acontecer durante a gestação e comprometer a saúde da mãe e do bebê.

É importante, ainda, para acompanhar a evolução da gravidez, fazer diagnósticos precoces de malformações fetais ou doenças congênitas no bebê. E também conferir a saúde da mulher para evitar complicações graves como a pré-eclâmpsia.

Dica: Quais doenças podem ser descobertas no bebê ainda durante a gestação?

Quando começar o pré-natal?

De preferência, o pré-natal deve ser iniciado três meses antes da concepção. Procurar um médico durante esse período é muito benéfico para que a gestação e o parto ocorram da forma mais segura e tranquila.

Um grande benefício de antecipar o pré-natal é já iniciar o uso de ácido fólico, que previne malformações do sistema nervoso central do bebê, como a anencefalia, além de checar as vacinas da gestante (a rubéola principalmente, que causa malformação fetal durante a gestação e a vacina deve ser tomada 3 meses antes da gravidez acontecer)e também, avaliar doenças preexistentes na paciente. Caso não seja possível antecipar as consultas, o pré-natal deve ser iniciado assim que a gravidez for confirmada.

Acompanhe cada estágio da sua gravidez com o aplicativo Semanas de Gestação. Clique no banner abaixo e acesse gratuitamente!

Quantas consultas é preciso fazer?

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), do Ministério da Saúde, recomenda que devam ser realizadas, no mínimo, seis consultas de pré-natal. Preferencialmente, elas devem ser distribuídas da seguinte forma: uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre.

O mais comum é que logo após a confirmação da gravidez as consultas sejam realizadas mensalmente. O maior número de consultas nos três últimos meses é para avaliar riscos de parto prematuro, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, entre outras intercorrências que podem acontecer nesse período.

O que vai acontecer nas consultas do pré-natal?

A primeira consulta é a mais longa. É nela que será estabelecida a relação médico-paciente. Nessa consulta, o médico analisará toda a vida da gestante, como doenças preexistentes, cirurgias e gestações anteriores, hábitos de vida, alimentação, além de tirar dúvidas e orientá-la sobre como é o processo natural da gestação. Essas informações são muito importantes para tranquilizar a futura mamãe. Por isso, não saia do consultório com dúvidas. Caso se lembre de algo que gostaria de perguntar, anote e pergunte na próxima consulta.

As demais consultas serão individualizadas para cada gestante. Mas em todas elas o médico vai aferir a pressão arterial, conferir o ganho de peso e a altura uterina da mãe e os batimentos cardíacos do bebê.

Dica: Fique atenta à essas 5 dicas para perder peso após o parto sem perder a saúde!

Quais exames serão solicitados no pré-natal?

Na primeira consulta seu médico vai pedir uma bateria de exames, entre eles: hemograma completo, glicemia de jejum, tipagem sanguínea e determinação do fator Rh, sorologias para hepatite B, Sífilis, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, exame protoparasitológico de fezes, exame de urina e urocultura, colpocitologia oncótica (Papanicolau). Esse último exame pode ser dispensado, se você o tiver feito no último ano e não houver alterações. Também serão feitas ultrassonografias.

Os exames laboratoriais serão novamente solicitados por volta da 28ª semana da gestação, sendo incluído ainda o exame de tolerância à glicose, específico para detectar a diabetes gestacional. Outros exames podem ser solicitados, de acordo com a avaliação do seu obstetra.

Acompanhe cada estágio do período da gestação, além de solucionar diversas dúvidas que envolvem esse momento único, clique no banner.

Para que servem os exames laboratoriais feitos no pré-natal?

Os exames no pré-natal incluem os obrigatórios e os complementares, realizados de acordo com a indicação médica. Os exames obrigatórios na gestação são:

  1. Hemograma completo: importante na avaliação de anemia, comum em gestantes.
  2. Tipagem sanguínea e fator Rh: essencial para prevenir a eritroblastose fetal, doença causada pela incompatibilidade do sangue da mãe com o do filho, além de otimizar transfusão sanguínea, se necessário.
  3. Coagulograma: para determinar problemas sanguíneos preexistentes.
  4. Glicemia de jejum: para conferir se há diabetes.
  5. Sorologias para hepatite B, VDRL (Sífilis), HIV, toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Todas essas doenças podem causar malformações e até mesmo a morte do bebê. Caso essas doenças sejam identificadas é possível tratá-las para reduzir os riscos de transmissão da mãe para o bebê durante a gestação ou no trabalho de parto. E, caso haja a transmissão, reduzir as sequelas que elas possam trazer para o bebê.
  6. Protoparasitológico de fezes (exame de fezes): útil na determinação de alguma infecção intestinal.
  7. Colpocitologia oncótica (Papanicolau): determina alguma alteração no útero, como câncer de colo de útero.

Dica: 10 exames que irão te ajudar no pré-natal

Quais são os exames complementares mais comuns no pré-natal?

Alguns exames complementares podem ser solicitados se houver alterações nos exames rotineiros ou ainda se a condição clínica da gestante exigir. São eles:

  1. Amniocentese e biópsia de vilo coriônico: indicados na suspeita de doenças genéticas ou para gestantes de alto risco.
  2. Teste de tolerância oral a glicose: em casos de suspeita de diabetes gestacional, podendo complementar a glicemia de jejum.
  3. Teste da fibronectina fetal: em casos de suspeita de rompimento prematuro da bolsa.
  4. Ecocardiograma fetal: auxiliar no diagnóstico de doença cardíaca no bebê.
  5. Teste de Coombs: solicitado todos os meses caso a mãe tenha o sangue Rh negativo e o pai Rh positivo. A incompatibilidade entre o fator Rh do sangue materno e do feto pode fazer com que o organismo da mãe crie anticorpos contra o Rh positivo do bebê, causando uma doença conhecida como eritroblastose fetal. Se os anticorpos forem detectados no sangue materno, a mulher deve tomar uma vacina específica para essa condição.

Quais são as ultrassonografias realizadas durante o pré-natal?

Em geral são solicitados quatro ultrassonografias ao longo da gestação, podendo ser obstétrica ou morfológica, dependendo da idade gestacional.

Dica: Tudo que você precisa saber sobre o ultrassom

O primeiro ultrassom

O primeiro ultrassom é solicitado logo na primeira consulta. Ele é feito via transvaginal, preferencialmente entre a e a 8ª semana da gestação, quando já é possível visualizar o saco gestacional e os batimentos cardíacos do embrião.

Seus principais objetivos são confirmar a gravidez, saber se é uma gravidez única ou múltipla (com dois ou mais fetos) e se a gravidez é tópica (o embrião cresce dentro do útero) ou ectópica (o saco gestacional está fora do útero, nas trompas). Nesse segundo caso, geralmente é necessária uma intervenção cirúrgica.

O primeiro ultrassom também é utilizado para precisar o tempo de gravidez e compará-lo à data da última menstruação informada pela mulher. Esses dados são importantes para determinar a data prevista para o parto — definida ao fim de 40 semanas, embora a gestação possa se estender até a 42ª semana.

O segundo ultrassom

A segunda ultrassonografia deve ser feita, preferencialmente, entre a 11ª e a 14ª semanas de gestação. Ela é chamada de ultrassom com translucência nucal e seu principal objetivo é avaliar algumas estruturas fetais, em especial um líquido que fica na região da nuca. O volume aumentado desse líquido pode ser um indicativo de Síndrome de Down ou outras doenças cromossômicas. É importante seguir o tempo recomendado para a realização do exame porque após a 14ª semana essa estrutura já não é mais visível nas imagens de ultrassom.

Nesse exame, também é verificada a presença do osso nasal e o ducto venoso do bebê, ambas estruturas também são utilizadas para rastreio de malformações fetais. E também é possível ouvir seus batimentos cardíacos e conferir a idade gestacional.

Dica: Dúvidas comuns sobre o ultrassom gestacional

O terceiro ultrassom

O terceiro ultrassom é o morfológico. Ele é feito entre a 20ª e 24ª semana da gravidez. Nessa etapa é possível enxergar o bebê com mais detalhes, permitindo avaliar se seu crescimento e aparência estão dentro dos padrões de normalidade. Serão avaliados órgãos internos e externos como estruturas cerebrais, coração, rins, pulmões, dedos dos pés e das mãos, etc.

O médico também vai medir o fêmur e a circunferência abdominal e assim, você saberá o tamanho do seu bebê nessa fase! É um exame importante para detectar malformações e também para avaliar se as artérias que levam sangue e nutrientes para o bebê através da placenta estão dentro do esperado. Além disso, é nessa hora que você pode descobrir o sexo do bebê!

O quarto ultrassom

Por fim, o quarto ultrassom é feito no final da gestação, após a 35ª semana. É nesse momento que será analisada a posição do bebê no útero: se ele está cefálico (encaixado no canal de parto), pélvico (sentado) ou córmico (de lado). Também será avaliada a localização da placenta, o volume do líquido amniótico — polidrâmnio quando há muito líquido e oligoâmnio, quando há pouco —, o tônus muscular, respiração e movimentação do bebê, etc. Todos esses dados são de extrema importância para o planejamento do parto e para prever e evitar complicações.

Saiba mais sobre esse exame tão importante na saúde da mamãe e do bebê.

Por que a pré-eclâmpsia é tão perigosa?

A pré-eclâmpsia é uma disfunção dos vasos sanguíneos que pode causar problemas em vários órgãos maternos e também na placenta, dificultando o crescimento do bebê. É uma condição grave que pode acometer até 5% das gestantes e pode levar à morte materna e fetal.

É mais comum a partir da 37ª semana de gravidez, embora possa ocorrer em qualquer momento da gestação, inclusive nas 48 horas após o parto. É de difícil diagnóstico, mas pode ser percebida, principalmente, por quadros de hipertensão arterial e perda de proteína na urina da mulher.

Dica: Você sabe quando uma gravidez é considerada de risco?

Gestantes podem ser vacinadas?

É importante que, sempre que possível, antes de engravidar a mulher esteja com seu calendário vacinal em dia. Isso porque algumas vacinas, algumas importantes para evitar doenças congênitas, são contraindicadas durante a gestação. É o caso, por exemplo, da vacina tríplice viral, que contém o vírus atenuado da rubéola.

Nas vacinas feitas com vírus atenuado, o vírus ainda está vivo, mas com baixo poder de contaminação, o que não traz riscos para as pessoas em geral. No entanto, para os fetos ainda em formação eles são perigosos e podem causar malformações ou mesmo o aborto.

Outras vacinas com essa composição e que as gestantes não devem tomar são: BCG, catapora, poliomielite, caxumba e sarampo.

De acordo com a condição vacinal da gestante algumas vacinas em atraso poderão ser indicadas. No entanto, mesmo essas, só devem ser tomadas após os três primeiros meses da gravidez, para evitar riscos para o bebê.

Dica: Vacinas para gestantes: quais devo tomar?

Quais são as vacinas indicadas no pré-natal?

O histórico vacinal da gestante será avaliado pelo obstetra. Para as que estiverem com o calendário atrasado será preciso tomar as três doses contra a hepatite B e as três doses da vacina dT, contra difteria e tétano.

A vacina contra a Influenza, que oferece proteção contra complicações causadas por vírus da gripe, deve ser tomada por todas as gestantes, mesmo as que estiverem no primeiro trimestre da gravidez. Ela é ofertada durante a campanha anual contra a gripe ou durante todo o anos nas clínicas particulares.

Em 2014, o Ministério da Saúde incluiu no calendário de vacinação da gestante a vacina dTpa, contra difteria, tétano e coqueluche. Essa vacina deve ser tomada entre a 27ª e a 36ª semanas de gestação. A inclusão tem o objetivo de proteger os recém-nascidos contra a coqueluche, já que os anticorpos produzidos pela mãe passam para o bebê.

Os casos de coqueluche cresceram muito nos últimos anos, sendo que 87% deles acometeram bebês menores de seis meses. Nessa idade os pequenos ainda não completaram o esquema vacinal e ficam mais suscetíveis à doença. Por isso, a importância da vacinação da gestante para dar alguma proteção ao recém-nascido.

Clique no banner e conheça nossos planos de armazenamento!

Ficou com alguma dúvida sobre os procedimentos realizados durante o pré-natal? Assine nossa newsletter e receba mais informações sobre o assunto!

Categorias: Gravidez , Pré-natal

Tags: ,

Mais de 100.000 mães acompanham nosso conteúdo!

    Cadastre seu e-mail e junte-se a elas

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

    Caro Leitor,

    A CordVida produz o conteúdo desse blog com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as futuras mães e pais sobre assuntos que rondam o universo da gravidez. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências de outros pais, opiniões médicas e por nosso conhecimento científico de temas relacionados às células-tronco. Os dados e estudos mencionados nos artigos são suportados por referências bibliográficas públicas. A CordVida não tem como objetivo a divulgação de um blog exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com seus médicos e especialistas.